A Aliansce Sonae está disposta a seguir adiante em sua proposta de fusão com a BRMalls, operação que criaria um gigante no setor de shoppings center, com 69 empreendimentos no Brasil. Após ter a primeira oferta rejeitada no começo do ano, a companhia decidiu elevar o lance em aproximadamente 11%. Um fato relevante com os termos atualizados estava previsto para ser publicado nesta segunda-feira, 14.

A informação foi antecipada pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, neste domingo, 13, e confirmada e detalhada pelo Estadão/Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) com fontes de mercado.

Há dois meses, a Aliansce (dona do Shopping Leblon, no Rio) fez uma oferta classificada como “fusão de iguais” porque os acionistas de cada empresa teriam 50% do novo grupo. Os acionistas da BRMalls (dona do Shopping Villa-Lobos, em São Paulo) também receberiam R$ 1,35 bilhão em dinheiro para cobrir a diferença de valor de mercado entre ambas.

Na nova oferta, a Aliansce vai subir o pagamento em dinheiro em R$ 500 milhões, chegando a R$ 1,85 bilhão. Também aceitará uma fatia menor no grupo resultante da fusão: 48,92% e 51,08% em vez de uma divisão meio a meio.

Se o negócio for confirmado, os atuais controladores da Aliansce (Renato Rique, CPPIB, Alexander Otto Group e Sonae Sierra) ficariam com uma fatia de 23,5% na nova empresa, ante 24,5% no lance anterior.

A oferta não trata do número de assentos que cada parte teria no novo conselho de administração.

Ganho por ação

Além de representar uma elevação de 11% em relação à proposta anterior, o novo lance também aponta para um ganho de 16% por ação da BRMalls na cotação anterior ao início das negociações, segundo fontes.

O fato relevante também deve informar que a Aliansce Sonae – que já detém mais de 5% de participação na BRMalls – vai convocar uma assembleia de acionistas para que a nova proposta seja votada.

O Estadão/Broadcast apurou que a direção da Aliansce fez mais de 200 reuniões com acionistas da BRMalls, o que representa uma cobertura relevante da base de investidores da concorrente. O pedido para realização da assembleia indica confiança da Aliansce de que já teria votos suficientes para a fusão ser aprovada.

Quando rejeitou a primeira oferta, em janeiro, o conselho da BRMalls avaliou que o lance era uma tentativa de aquisição sem pagamento de prêmio (compensação), visto que os atuais controladores da Aliansce ficariam com uma participação relevante no grupo combinado, o que, na prática, lhes daria o comando.

Como revelou a Coluna do Broadcast em 24 de fevereiro, a BRMalls poderia voltar à mesa de negociações desde que a oferta fosse elevada, embutindo uma compensação equivalente a um pagamento de prêmio – justamente o que a Aliansce tentou suprir ao elevar o lance.

Procuradas, as empresas não comentaram.