A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira, 14, que o  Brasil passa por um período de dificuldades que faz com que seja  necessário “apertar um pouco o cinto”, mas garantiu à plateia de  beneficiários do “Minha Casa, Minha Vida” que a terceira edição do  programa está mantida. “Estamos tomando todas as medidas para que a  gente recupere o crescimento econômico do País, gere mais emprego,  garanta renda e continue olhando para a população, o que eu considero o  mais importante”, disse, durante cerimônia de entrega de moradias do  programa habitacional, em São Carlos, interior de São Paulo.

Ao  comentar os resultados do “Minha Casa, Minha Vida”, a presidente  destacou que já foram contratadas 4,1 milhões de moradias e que, deste  total, 2,3 milhões já foram entregues. “De todos os programas do meu  governo, o que mais me orgulha é o ‘Minha Casa, Minha Vida’, porque tem  poder de mudar a vida de cada um”, afirmou. Em defesa dos programas  sociais, a presidente disse ainda que tem que garantir que todos tenham  oportunidades iguais. “Meu governo vai lutar todos os dias para que o  nosso País volte a crescer, volte a gerar emprego na quantidade  necessária para que todos os brasileiros e todas as famílias tenham uma  vida melhor”, disse, já no fim do discurso.

O tom do  discurso da presidente no primeiro evento de sua agenda nesta  quarta-feira foi mais brando do que o adotado na noite desta  terça-feira, 13, quando fez uma enfática defesa de seu mandato. Dilma  afirmou, durante um evento da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que  as articulações políticas para realizar o impeachment são um “golpismo  escancarado” e que crise política do Brasil se expressa na tentativa da  oposição de fazer o “terceiro turno”. A presidente se referiu aos seus  opositores como “moralistas sem moral” e indagou: “quem tem moral  suficiente, reputação ilibada e biografia limpa para atacar a minha  honra?”.

Também participaram do evento desta quarta, em  São Carlos, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e os ministros  da Agricultura, Kátia Abreu, da Defesa, Aldo Rebelo, de Minas e Energia,  Eduardo Braga, e da Comunicação Social, Edinho Silva. De uma plateia  formada majoritariamente por beneficiários do programa habitacional do  governo federal, a presidente ouviu gritos de “olê, olê, olê, olá,  Dilma, Dilma” e “Dilma, deixa o povo te defender”.

Ao todo,  foram entregues 3.422 residências nos municípios de São Carlos, Leme e  Itanhaém, em São Paulo, João Monlevade, em Minas Gerais, e Campo  Formoso, na Bahia. Em cada cidade, um ministro e a presidente da Caixa  Econômica Federal, Miriam Belchior, participaram de cerimônias  presenciais e faziam a entrega das chaves. O investimento total é de R$  370 milhões, segundo o governo federal.

Ainda nesta  quarta-feira, a presidente participa, em Piracicaba (SP), de inauguração  do laboratório de biotecnologia agrícola. À tarde, Dilma vai a São  Bernardo do Campo (SP), onde discursa no I Congresso Nacional do  Movimento dos Pequenos Agricultores. A volta da presidente para Brasília  está prevista para o fim da tarde.