SÃO PAULO (Reuters) – Um dos compromissos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua viagem à China será com o presidente da montadora de veículos elétricos BYD, na quinta-feira em Xangai, em um encontro que acontece em meio a discussões que já duram meses para a instalação de um complexo industrial do grupo chinês na Bahia.

Lula vai se reunir com Wang Chuanfu, fundador do grupo que possui uma ampla linha de produtos e que atualmente disputa a liderança global na produção de veículos elétricos com a norte-americana Tesla.

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Há meses, a BYD negocia a compra do complexo fabril da Ford em Camaçari (BA), num empreendimento que, se efetivado, vai consumir 3 bilhões de reais, segundo a companhia.

A BYD já assinou um memorando de entendimento com o governo da Bahia, que afirma que o anúncio do investimento depende apenas do entendimento entre a montadora chinesa e a norte-americana que decidiu parar de produzir veículos no Brasil em 2021.

Procuradas, tanto BYD quanto Ford reafirmaram posicionamento de que seguem discutindo a fábrica em Camaçari e que não há prazo para a conclusão das negociações. O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), que visitou duas linhas de produção da BYD na China no fim de semana passado, disse no domingo que “a intenção” é que um acordo seja fechado para a instalação da fábrica durante a visita de Lula ao país.

Atualmente, a BYD produz ônibus elétricos e painéis fotovoltaicos em Campinas (SP)e tem uma fábrica de baterias para veículos elétricos em Manaus. A companhia também tem dois projetos de monotrilho no Brasil, um em Salvador e outro em São Paulo.

A empresa chinesa tem planos de montar no espaço hoje ocupado pelo complexo baiano da Ford uma linha de produção de carros híbridos e elétricos, uma de chassis de caminhões e ônibus elétricos e uma unidade de produção de componentes para baterias, que poderiam se beneficiar de incentivos tributários desfrutados por montadoras instaladas no Nordeste.

Em dezembro, a presidente da BYD para as Américas, Stella Li, citou em entrevista à Reuters que entre fatores que atraem o interesse da empresa no Brasil estão o tamanho do mercado interno, disponibilidade de matéria-prima para baterias como lítio e um governo que aparenta estar mais aberto a incentivar o setor.

 

(Por Alberto Alerigi Jr.)

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