Se você estiver no Norte ou Nordeste e pedir um produto da empresa Embaré, certamente vão oferecer leite em pó ou manteiga da marca Camponesa. No Sul ou no Sudeste, fazendo o mesmo pedido, você terá caramelos e balas. Não há engano nenhum. É a mesma Embaré Indústrias Alimentícias nas quatro regiões em questão. A companhia fez fama em segmentos diferentes pelo País e agora procura reforçar ainda mais sua parte de manteiga e leite em pó ? responsável por 78% do faturamento de R$ 101 milhões ? em todo o mercado doméstico e também no Exterior. É, na prática, uma migração quase completa para a área de laticínios, deixando as guloseimas como uma linha, digamos, secundária nos negócios do grupo. Até 2003, a Embaré quer dobrar sua produção de leite em pó e aumentar a participação no mercado nacional de 4% para 9%.

No início deste ano, a indústria investiu R$ 32 milhões em novos equipamentos e aumentou a produção de leite em pó de 350 mil para 650 mil litros por dia. As vendas externas tiveram início em 1975 e hoje a Embaré coloca seus produtos em cerca de 40 países, sendo Chile e Coréia do Sul os principais clientes. ?Quero fechar o ano entre os 12 maiores captadores de leite do País, com uma produção de 168 milhões de litros?, diz o diretor-superintendente Haroldo Antunes.

Antunes e seu sócio alemão Herbert Schmidt entraram no ramo ?praticamente por acaso?. Eles trabalhavam, em 1961, para
o grupo Andrade Gutierrez e foram encarregados de comprar a Laticínios Lagoa da Prata, na cidade de mesmo nome em Minas Gerais. ?A Andrade Gutierrez desistiu do negócio e nós, então, resolvemos investir.? O nome e a marca das guloseimas foram incorporados em 1963, num lance também casual. ?Fomos
negociar a aquisição de uma máquina de manteiga oferecida pela antiga Embaré, em Taubaté, São Paulo, e terminamos comprando
o controle da empresa, fundindo-a com a primeira e transferindo tudo para Lagoa da Prata, em Minas Gerais?. Um grande
feito para quem começou ?por acaso?.