A Embraer anunciou nesta quarta-feira (10) que recebeu uma encomenda de até 100 jatos E195-E2 avaliada em cerca de US$4,4 bilhões a preços de tabela das aeronaves. Compradora das aeronaves, a Avelo Airlines será a primeira companhia aérea dos EUA a operar o modelo.

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As entregas têm início previsto para primeiro semestre de 2027. O pedido envolve a aquisição de 50 jatos do modelo e direitos de compra de outras 50 aeronaves. O valor de US$4,4 bilhões informado não inclui as aeronaves com os direitos de compra.

A Embraer, que vinha fazendo mistério desde semana passada sobre o anúncio em meio ao tarifaço dos EUA contra o Brasil, afirmou que os jatos E2 comprados pela Avelo vão complementar a frota de Boeings 737NG da companhia aérea.

Maior jato comercial da Embraer

O modelo escolhido é o maior e mais avançado jato comercial da fabricante brasileira, com capacidade para 146 passageiros em classe única e um alcance de cerca de até 5.500 quilômetros.

“Seu consumo de combustível extremamente eficiente, sua operação silenciosa e a capacidade de operar em pistas curtas permitirão a abertura de novos mercados, otimizando a capacidade em toda a sua malha aérea – tudo isso com uma cabine muito apreciada pelos passageiros”, afirma em nota o presidente e CEO da Embraer Aviação Comercial, Arjan Meijer.

“Nossos clientes poderão aproveitar o conforto dos assentos 2×2, as tomadas individuais, os bagageiros espaçosos e a cabine silenciosa do E2”, complementa o fundador e CEO da Avelo Airlines, Andrew Levy.

Negócios e as tarifas

As ações da fabricante brasileira chegaram a renovar máxima histórica quando do anúncio da encomenda, subindo mais de 3%, mas perderam fôlego pouco depois, e mostravam queda de 0,79% às 11h19, enquanto o Ibovespa tinha alta de 1%.

O anúncio desta quarta-feira coincide com um grande encontro de líderes do setor aeroespacial em Washington e ocorre em um momento em que a Embraer, a terceira maior fabricante de aviões do mundo atrás de Airbus e Boeing, tem feito lobby junto ao governo do presidente norte-americano, Donald Trump, para remover tarifas de importação de 10% que atingem seus produtos.