A Embraer se vê como uma “ótima solução” para as companhias aéreas aumentarem suas capacidade mais rapidamente em meio a restrições às entregas de aeronaves maiores de corredor estreito no setor, disse o presidente-executivo da fabricante de aviões, Francisco Gomes Neto, nesta terça-feira, 18.

De acordo com o executivo, a companhia tem observado um aumento na demanda por seus jatos comerciais e está trabalhando ativamente em diversas campanhas de vendas que espera concluir nos próximos meses. Ele falou repórteres em evento na sede da empresa em São José dos Campos (SP).

A Embraer tem slots de produção disponíveis a partir de 2026, o que significa que pode fechar vendas de novos jatos antes dos rivais maiores Boeing e Airbus, com esta última tendo esgotado sua produção de jatos de corredor único até o final da atual década.

Meta de produção

A Embraer está confiante em atingir sua meta de produção deste ano de 72 a 80 aeronaves comerciais, e prevê que pode entregar até 90 de seus E-Jets às companhias aéreas no próximo ano, disse Neto.

A Embraer entregou 64 jatos comerciais no ano passado, um pouco abaixo da meta de 65 a 70, uma vez que algumas questões da cadeia de suprimentos continuaram impactando o setor.

Para 2024, o executivo disse que a companhia está atingindo a faixa prevista. “É que a gente quer chegar mais perto dos 80, mais para direita”, disse Gomes Neto em entrevista nos bastidores de um evento na sede da empresa.

A Embraer projeta a produção de cerca de 80 a 90 aeronaves comerciais no próximo ano e espera retornar ao nível de 100 jatos por ano até no máximo 2026, disse Gomes Neto, embora tenha observado que nenhum “guidance” oficial foi fornecido ainda.

A empresa tem campanhas de vendas em andamento para cerca de 200 E-Jets, potencialmente mais, e está otimista quanto às perspectivas de introduzir os jatos E2 de próxima geração no importante mercado dos Estados Unidos, enquanto mantém conversas com companhias aéreas locais.

“Temos campanhas no mundo inteiro, na América do Sul, na América do Norte, várias na Europa, na Ásia também… A gente está em um momento muito bom”, disse Gomes Neto, acrescentando que as negociações em andamento no mercado interno incluem Gol e Latam Airlines.

Gomes Neto observou que as questões da cadeia de suprimentos, que têm afetado a indústria, devem melhorar no próximo ano, mas só deverão alcançar um nível mais próximo da normalidade no ano seguinte.

“Os motores continuam um desafio”, disse ele.

“Estão crescendo as entregas, se compararmos com anos anteriores, estamos recebendo mais motores — o que é positivo, mas não o suficiente para o que a gente precisaria. Então acaba limitando um pouco a gente… estão chegando com algum atraso.”