05/09/2025 - 10:08
A criação de vagas de emprego nos Estados Unidos enfraqueceu acentuadamente em agosto, enquanto a taxa de desemprego aumentou para 4,3%, confirmando os sianis de enfraquecimento do mercado de trabalho e consolidando os argumentos para um corte na taxa de juros pelo Federal Reserve neste mês.
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A economia dos EUA abriu apenas 22.000 vagas de emprego fora do setor agrícola no mês passado, após 79.000 em julho em dado revisado para cima, informou o Escritório de Estatísticas do Trabalho do Departamento do Trabalho em seu relatório de emprego nesta sexta-feira.
Economistas consultados pela Agência Reuters previam criação de 75.000 postos de trabalho, depois de 73.000 em julho conforme relatado anteriormente.
A contagem inicial de empregos em agosto tende a apresentar uma tendência fraca, com as revisões subsequentes mostrando força. As estimativas variaram de nenhum emprego adicionado a 144.000 posições criadas.
O relatório foi divulgado após notícias desta semana de que havia mais pessoas desempregadas do que vagas em julho, pela primeira vez desde a pandemia da Covid-19.
O crescimento do emprego mudou para uma velocidade quase estagnada, com os economistas culpando as tarifas de importação do presidente Donald Trump e uma repressão à imigração que reduziu o contingente de mão de obra. A fraqueza no mercado de trabalho está vindo principalmente do lado das contratações.
Os impostos de Trump, que aumentaram a taxa média de tarifas dos EUA para o nível mais alto desde 1934, alimentaram os temores de inflação e levaram o banco central dos EUA a interromper seu ciclo de corte de juros. No momento em que parte da incerteza sobre a política comercial está começando a se dissipar, com a maioria das tarifas já em vigor, um tribunal de apelações dos EUA decidiu na última sexta-feira que a maioria das tarifas é ilegal, mantendo as empresas em um estado de instabilidade.
A taxa de desemprego aumentou de 4,2% em julho.
No mês passado, Trump demitiu a comissária do Escritório de Estatísticas do Trabalho, Erika McEntarfer, acusando-a, sem provas, de falsificar os dados de emprego. Isso ocorreu depois de revisões acentuadas para baixo nos relatórios de emprego de maio e junho.
Mas economistas defenderam McEntarfer e atribuíram as revisões ao modelo “nascimento e morte”, um método que o escritório usa para tentar estimar quantos empregos foram criados ou perdidos devido à abertura ou fechamento de empresas em um determinado mês.
“Estamos em um mercado de trabalho de baixa rotatividade, sem muitas contratações ou demissões. Isso significa que o crescimento de empregos que observamos na economia é impulsionado principalmente pelo nascimento líquido de novas empresas”, disse Ernie Tedeschi, diretor de economia do Budget Lab da Universidade de Yale.
“Mas essa é a parte mais presumida. É a mais sensível à revisão, porque é o resultado de uma modelagem explícita do Escritório, em vez de algo que eles possam pesquisar.”
No mês passado, o chair do Fed, Jerome Powell, sinalizou um possível corte na taxa de juros na reunião do banco central dos EUA em 16 e 17 de setembro, reconhecendo os riscos crescentes do mercado de trabalho, mas também acrescentou que a inflação continua sendo uma ameaça. O Fed tem mantido sua taxa de juro de referência na faixa de 4,25% a 4,50% desde dezembro.