25/01/2022 - 21:27
A oferta de empregos no setor telecomunicações com a chegada da quinta geração de tecnologia para redes móveis e de banda larga, o 5G, deve aumentar cerca de 10%. Em setembro de 2021, o setor empregava diretamente 542,6 mil trabalhadores. Em relação a março de 2020, a mão de obra teve um aumento de 8%, com destaque para a indústria, que cresceu 9,9%, e serviços, com o crescimento de 15,3%, segundo o Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel, Celular e Pessoal (Conexis).
As empresas de tecnologia devem demandar 797 mil profissionais até 2025. A remuneração média do setor de serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação é de R$ 5.028, 2,5 vezes superior à média nacional de salários, de R$ 2.000.
Em serviços de alto valor agregado e de software, os salários chegam a ser quase três vezes maior que a média nacional, R$ 5.805 e R$5.699, respectivamente. Os dados são de um relatório divulgado pela Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom), no final de 2021.
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Segundo a Brasscom, são apenas 53 mil pessoas formadas por ano em cursos de perfil tecnológico para uma demanda média anual de 159 mil profissionais de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). “O Brasil tem um grande desafio pela frente”, diz a Associação, em nota.
O estudo Demanda de Talentos em TIC e Estratégia, da Brasscom, estima que com o número de formandos aquém da demanda, a projeção é de um déficit anual de 106 mil talentos, 530 mil em cinco anos.
Para que a formação insuficiente seja superada, o presidente executivo da Brasscom, Sergio Paulo Gallindo, recomenda a introdução de disciplinas eletivas de Tecnologia nos cursos de Matemática, Engenharia e Ciências para aumentar a oferta de mão de obra e a empregabilidade no setor de TIC.
“O Brasil tem vocação para a tecnologia e, se esse desafio for encarado de frente, o país garantirá não apenas que o setor continue crescendo exponencialmente, como oportunizará uma verdadeira transformação da realidade socioeconômica de milhares de famílias”, disse, em nota, Gallindo.
“Os dados mostram que há muito emprego no setor, mas também que as grades do ensino superior precisam estar mais bem alinhadas ao que o mercado de trabalho precisa”, acrescenta Helena Loiola, economista que coordenou o estudo da Brasscom.
Outro desafio, segundo a Associação, é despertar o interesse dos jovens pela formação em tecnologia, sobretudo mulheres e negros, ainda minoria na área. Nos cursos de TIC, 85,2% do total de alunos é do gênero masculino e apenas 14,8% do gênero feminino.