01/04/2020 - 11:13
O grupo British American Tobacco (BAT), que fabrica cigarros, anunciou nesta quarta-feira (01) que uma de suas filiais de biotecnologia está tentando desenvolver uma vacina contra o coronavírus usando folhas de tabaco.
A vacina está na fase pré-clínica e, portanto, ainda não foi testada em seres humanos e nem autorizada pelas autoridades de saúde.
+ Com medo do vírus, africanos apostam na cloroquina
+ Estudantes de medicina caçam coronavírus em Cuba
Caso demonstre eficácia, BAT, com a ajuda de sócios e governos, afirma que poderia produzir entre 1 e 3 milhões de dose semanais para junho.
Sua filial de biotecnologia americana Kentucky BioProcessing (KBP) conseguiu clonar parte da sequência do vírus que provoca a COVID-19, o que lhe permitiu desenvolver uma molécula que pode criar anticorpos para se proteger contra o coronavírus, afirma.
KBP foi apresentada em 2014, antes de se unir a BAT, desenvolvendo um tratamento contra o vírus do ebola. Outras empresas de biotecnologia, como a canadense Medicago, também utilizam folhas de tabaco para desenvolver vacinas.
Para que seja utilizável e reproduzível, o anticorpo é injetado nas folhas de tabaco, um método que a BAT alega que pode ser mais efetivo do que as técnicas tradicionais.
“Acreditamos que temos feito um avanço significativo com nossa plataforma tecnológica de folha de tabaco e estamos dispostos a trabalhar com os governos e todas as partes envolvidas para ajudar a vencer a guerra contra a COVID-19”, afirmou David O’Reilly, diretor de pesquisa científica da BAT.
O grupo afirmou estar em contato com as autoridades de saúde dos Estados Unidos e Reino Unido.
Pesquisadores e grupos farmacêuticos de todo o mundo correm contra o tempo para encontrar um tratamento contra o novo coronavírus, tanto em forma de tratamento como de vacina.
A Agência Europeia de Medicamentos (AEM) disse que “pode levar pelo menos um ano até que uma vacina contra a COVID-19 esteja pronta para sua aprovação e disponível em quantidades suficientes para seu uso generalizado”.
Essa estimativa é baseada nas informações disponíveis e na experiência passada no desenvolvimento de vacinas, afirmou a AEM.