Três empresas pertencentes ao milionário chinês exilado Guo Wengui concordaram em pagar US$ 539 milhões à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, sigla em inglês), para encerrar uma disputa sobre captação ilegal de fundos, informaram autoridades nesta segunda-feira.

GTV Media Group, Saraca Media Group e Voice of Guo Media Inc colocaram à venda em 2020 ações e duas criptomoedas, chamadas G-Coins e G-Dollars. Segundo a SEC, Guo Wengui e suas empresas levantaram US$ 487 milhões de mais de 5.000 investidores, incluindo americanos. Mas as empresas não haviam registrado na SEC os títulos vendidos.

O acordo firmado entre o órgão regulador e as três empresas prevê o reembolso dos fundos, além da responsabilidade pelos custos do processo e as multas. O total chega a 539 milhões de dólares, segundo um comunicado da SEC divulgado nesta segunda-feira. Em contrapartida, as três empresas ficarão isentas de reconhecer que violaram a lei de ações.

Em maio de 2021, a consultoria Graphika divulgou um levantamento o qual indicava que Guo Wengui havia criado uma rede de divulgação de informações falsas na internet, da qual fazia parte a plataforma GTV, pertencente ao GTV Media Group.

Refugiado nos Estados Unidos desde 2017, Wengui é buscado por fraude na China, onde acusou uma autoridade do país de controlar secretamente um dos maiores conglomerados chineses.

Além de Guo Wengui, o GTV Media Group tinha entre seus acionistas Steve Bannon, ex-assessor do ex-presidente americano Donald Trump. Bannon foi condenado em agosto de 2020 por ter desviado centenas de milhares de dólares para apoiar o projeto de construção de um muro na fronteira com o México, e indultado por Trump pouco antes de este deixar a Casa Branca.