O Instituto de Foodservice Brasil (IFB), lançado no final de agosto, é uma iniciativa de vinte empresas que atuam no segmento de alimentação fora de casa representando um faturamento anual de R$ 35 bilhões e reunindo empresas como Ambev, Burger King, BRFoods, Coca Cola e Nestlé.

A coordenação do instituto fica por conta de Tupa Gomes, CEO da Martin Brower. O executivo afirma que atualmente a cadeia do foodservice concentra cerca de 170 mil empregos diretos e atende 80 milhões de consumidores por mês. Um mercado que movimenta em torno de R$ 130 bilhões ao ano. Em 2002,  24% da população comia fora de casa, dez anos depois, esse índice chega a 32%. Segundo Gomes, o IFB surgiu da necessidade do setor de fazer um levantamento preciso do que representa o mercado, algo que não existe atualmente.

 

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A rede Burger King é uma das empresas que compõem o IFB

 

?Temos números dispersos, ou dos fabricantes, ou dos distribuidores, mas não da cadeia como um todo. E essa necessidade inicial levou essas empresas a conversarem para levantar os dados do setor.? De acordo com Gomes, durante as conversas foram surgindo outras demandas em comum que justificaram a criação do IFB.

 

Para cumprir seu papel inicial, o IFB já desenvolve, em parceria com a Gouvêa de Souza GS&MD, um levantamento completo sobre a cadeia de foodservice do Brasil. ?Nos Estados Unidos eles usam o termo para indicar a cadeia da fazenda para o garfo, aqui não vamos chegar a tanto, vamos da fazenda para o distribuidor.? O mercado americano é o principal exemplo para o IFB, já que naquele país a organização da cadeia é referência internacional.

 

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A Martin Brower é responsável pela operação logística de redes de alimentação 

 

Outro papel importante do IFB está no desafio de discutir as questões fiscais que representam um grande impasse para o setor. Questionado se o IFB exerceria um papel de lobby, Gomes explica que o instituto não vem para substituir os esforços de outras associações, mas sim para somar. Entre os grandes desafios do setor também estão, segundo o Grupo Setorial de Redes de Alimentação da Associação Brasileira de Franchising (ABF), a especulação imobiliária e os impostos.

 

Fatores que vêm pressionando os custos e prejudicando a rentabilidade das empresas do segmento. De acordo com o grupo, a expectativa dos empresários no começo do ano era que o setor de alimentação fora de casa cresceria 13% em 2013, porém, com um cenário adverso em termos de custos, a expectativa é que o crescimento seja de 7%. 

 

?Foodservice não é só lazer?

 

Para justificar uma política tributária mais coerente para o setor, Gomes explica que o foodservice não é mais uma questão de lazer. ?Mais da metade das pessoas que comem fora de casa já o fazem por refeições normais. Quando olhamos por esse ponto de vista é importante desonerar, pois quem está sendo desonerado é o trabalhador.?

 

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A BRF está em uma das pontas da cadeia responsável pela produção dos alimentos

 

O chamado mercado de foodservice é amplo e pode congregar desde um vendedor de cachorro-quente a um restaurante premium. No entanto, Gomes explica que o IFB visa atender uma rede que congrega o produtor, o distribuidor e o operador. 

 

 

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