21/09/2016 - 0:00
Poucas medidas foram tão danosas ao valor das empresas de energia do Brasil do que a chamada MP das elétricas, medida provisória publicada em setembro de 2012, que modificava as regras de concessão.
A medida foi uma verdadeira hecatombe no setor. No auge, as empresas cotadas em bolsa chegaram a perder quase R$ 60 bilhões em valor de mercado.
Quatro anos depois, a situação começa a voltar ao normal para o setor. Levantamento feito pela consultoria Economática, a pedido do blog BASTIDORES DAS EMPRESAS, mostra que elétricas recuperaram o valor de mercado de antes da MP das elétricas.
Em 11 de setembro de 2012, quando a medida provisória foi editada, as empresas cotadas em bolsa valiam R$ 187,6 bilhões. Ontem, 20 de setembro, as mesmas companhias tinham capitalização de R$ 188,8 bilhões.
“A confiança dos investidores começa a voltar”, diz Thaís Prandini, diretora executiva da consultoria Thymos Energia. “Agora, há luz no fim do túnel.”
A recuperação do valor de mercado, no entanto, não é uniforme. A Eletrobras, que foi uma das que mais sofreu com a MP das elétricas, é que mais ganhou valor de mercado nestes últimos quatro anos.
Em 2012, ela valia R$ 18,3 bilhões. Ontem, estava avaliada em R$ 29,2 bilhões. O salto, no entanto, acontece nos últimos três meses, com a mudança de gestão, que culminou com a indicação de Wilson Ferreira Jr., ex-presidente da CPFL, para assumir o comando da estatal.
“O Tesouro fez injeção de capital na empresa e uma nova gestão, que deve vender alguns ativos, mudou a perspectiva da empresa”, afirma Thaís.
Na ponta oposta está a Cemig, cujo ativos estão mais desvalorizados do que antes da MP das elétricas. Em 2012, ela valia R$ 25,1 bilhões. Ontem, R$ 10,9 bilhões. A estatal mineira não renovou o seu pacote de concessões e, por conta disso, desvalorizou-se.