A uma semana do Carnaval, os blocos de rua de Brasília já começaram a folia em alguns bairros da cidade neste fim de semana. No bairro Cruzeiro Velho, a festa ficou por conta do Encontro de Blocos do Cruzeiro, que reuniu 12 blocos como Desodorante da Asa, Gagá Vião, Toda Boa, Bate Bolas, Pipa Avoada, Cacique do Cruzeiro e Cachorrão. A expectativa dos organizadores é que festa, que vai até as 22h, receba cerca de 10 mil pessoas.

O encontro dos blocos, que já acontece há três anos, tem apoio da secretaria de Cultura do Distrito Federal na parte estrutural, segundo o coordenador do evento, Flávio Chuchu. Ele considera que o carnaval de rua de Brasília vem crescendo nos últimos anos. “As pessoas têm dificuldade em sair para curtir o carnaval em outras cidades, porque é muito caro, então resolveram se unir e foram criados muitos blocos em Brasília. Aí não precisa ir para outro lugar no carnaval”, diz.

No meio da festa, a barraquinha do ambulante Antônio Elismar chamava a atenção principalmente das crianças, com a venda de fantasias, adereços, confetes, serpentinas e spray colorido. O vendedor foi com a família do Riacho Fundo para o Cruzeiro para aproveitar o movimento durante o pré-carnaval. “É uma renda extra, nesse momento de crise tem que correr atrás de qualquer coisa”, diz.

As irmãs Fernanda, de um ano, e Maria Júlia, de quatro meses, foram com os pais e os tios para curtir a festa no Cruzeiro. A mãe das meninas, Walesca Dias, diz que optou pelo evento pela segurança e tranquilidade para as crianças.

Foliões apoiam financiamento de blocos

O Bloco do Peleja também saiu às ruas hoje, na Asa Norte. O grupo, que participa do carnaval desde 2013, criou um projeto de financiamento coletivo para custear a estrutura de som, segurança, decoração e banheiros para o evento. O total arrecadado com a vaquinha foi de R$ 4,6 mil.

“É uma forma de as pessoas que gostam do Peleja, que gostam do carnaval e que estão com a gente há muitos anos, contribuírem para que o carnaval se realize. A gente não ganha nenhum real com isso, mas achamos que é primordial fazer um carnaval consciente, politizado e sempre gratuito, entendendo o carnaval como uma cultura popular e necessária de ser manifestada”, diz um dos integrantes do bloco, Gladstone Leonel. O tema do Peleja neste ano foi Quem Peleja não Paga o Pato, uma crítica aos grupos que apoiaram o impeachment da então presidente Dilma Rousseff.

A expectativa é que neste ano o evento bata o recorde de participantes, que já chegou a cerca de 3 mil pessoas em anos anteriores. A professora Patrícia Rocha e o arquiteto Pedro dos Santos costumam curtir o carnaval de rua de Brasília e estiveram pela primeira vez no carnaval do Peleja, a convite de uma amiga. “Alguns blocos são bem família, bem legais, outros dão muita briga, aí a gente escolhe os mais tranquilos”, diz Patrícia.

O pré-carnaval de Brasília continua neste sábado e domingo (3 e 4), com a presença de diversos blocos de rua. Neste ano, o governo do Distrito Federal destinou R$ 5 milhões para a estrutura dos blocos, além de R$ 1,4 milhão disponibilizado por meio de acordo de patrocínio entre a Secretaria de Cultura e a Ambev.