21/07/2025 - 17:41
A Controladoria Geral da União (CGU) afirma que a Enel descumpriu parte do plano de contingência estabelecido para São Paulo e região metropolitana após a sequência de apagões decorrentes das fortes chuvas em novembro de 2023. “Tal falha pode afetar a agilidade no restabelecimento do fornecimento de energia elétrica após eventos extremos”, diz o órgão.
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A CGU formulou seu relatório após uma avaliação de conformidade e adequação com determinações feitas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). “Recomendou-se, portanto, que a Aneel implemente um procedimento de fiscalização específico para situações de emergência”, diz o órgão.
O relatório aponta ainda que há “fragilidades na regulamentação que monitora o desempenho das concessionárias durante situações de emergência”. Como a Aneel já conduz um processo de melhoria neste regulamento, o órgão recomenda “o reforço das ações em andamento, com o aprimoramento das diretrizes para avaliação e monitoramento” das concessionárias.
A IstoÉ Dinheiro entrou em contato com a Enel, porém não obteve retorno. O espaço segue aberto e o texto será atualizado caso haja manifestação.
A Enel e os apagões
Em novembro de 2023, fortes chuvas atingiram o estado de São Paulo, e mais de 2 milhões de pessoas ficaram sem energia elétrica. Para reestabelecer totalmente a distribuição, a Enel demorou seis dias.
No ano seguinte, novos apagões atingiram uma quantidade ainda maior de pessoas: 3,1 milhões, segundo números divulgados pela própria empresa. O blecaute sucedeu um temporal e, novamente, a empresa demorou quase uma semana para solucionar o problema. O caso ocorreu pouco após a divulgação de um plano de emergências da Enel.
Ao longo de 2024, a quantia média de dias sem energia elétrica dos clientes da empresa foi de 10,24 horas segundo levantamento da Aneel. O fornecimento foi interrompido, em média, 4,89 vezes por consumidor.