25/05/2018 - 19:01
Começa a ser montada neste mês, na Provença, na França, a máquina de € 20 bilhões que pode se tornar desnecessária antes de estar pronta. O reator nuclear ITER (sigla para reator experimental termonuclear internacional) promete fundir átomos (conforme ilustração acima) em temperaturas 10 vezes mais quentes que o Sol, em torno de 150 milhões de graus Celsius. As usinas nucleares tradicionais dividem os átomos. O sofisticado projeto, que utiliza mais de um milhão de peças de 35 países, foi iniciado em 2006, prometendo entregar energia limpa em larga escala. Mas a rápida diminuição de preços das fontes de energia renovável está fazendo o plano ser questionado.
Nos últimos cinco anos, o custo dos painéis solares caiu 62%, segundo dados da agência de notícias Bloomberg. No mesmo período, as turbinas eólicas ficaram maiores e mais potentes. Mesmo a principal razão de existência da ITER, garantir uma oferta em massa como base do sistema elétrico, é colocada em dúvida, caso o uso de baterias também se espalhar pelo Europa. A expectativa é a de que o projeto, pelo menos, estimule novos avanços tecnológicos e crie mercado para materiais avançados, como os fios de nióbio, supercondutores usados para as reações nucleares produzidas pelo ITER. No futuro, eles podem servir para transmitir altíssimas voltagens de energia.