19/04/2016 - 19:27
A EDP Energias do Brasil informou que a energia vendida a clientes finais no mercado cativo teve redução de 4,8% no primeiro trimestre de 2016, na comparação com igual período do ano passado. Segundo a empresa, a queda reflete a diminuição do consumo das principais classes diante da desaceleração da economia e do aumento das tarifas de energia elétrica depois da revisão tarifária extraordinária de março de 2015.
O consumo da classe residencial nos três primeiros meses de 2016 recuou 1,7%, enquanto na classe comercial houve redução de 3,2%. De acordo com a companhia, os números ilustram o impacto negativo do desemprego e do avanço da inflação no poder de compra dos consumidores.
Na EDP Bandeirante, o consumo das classes residencial e comercial caiu 3,0% e 4,1%, respectivamente, no primeiro trimestre do ano. Já na EDP Escelsa, o consumo da classe residencial ficou praticamente estável no período (+0,3%), enquanto o da classe comercial encolheu 1,9% por causa da migração de oito clientes para o mercado livre (um no quarto trimestre de 2015 e sete no primeiro trimestre de 2016).
Mercado livre
A energia em trânsito consolidada no sistema de distribuição (USD), destinada ao atendimento do consumo dos clientes livres, diminuiu 11,9% com a desaceleração da produção industrial no Brasil. Na EDP Bandeirante, houve queda de 1,3% devido à redução da atividade industrial, ao desligamento de dois clientes e ao retorno de outros dois para o mercado cativo. Na EDP Escelsa, por outro lado, o recuo chegou a 26,0% em virtude, principalmente, da paralisação de um importante cliente do extrativismo mineral depois do acidente em Mariana (MG).
Geração
O volume de energia vendida do grupo no quarto trimestre alcançou 3.274 GWh no primeiro trimestre de 2015, aumento de 42,1% em relação a igual intervalo do ano anterior. Esse aumento é decorrente da contabilização do volume da UTE Pecém I a partir de maio de 2015, data que a empresa passou a consolidar o ativo.
Desconsiderando o volume da UTE Pecém I e levando-se em conta somente a energia vendida das hídricas do grupo pelo critério de consolidação, o volume de energia apresentou queda de 16,3% no primeiro trimestre, para 1.930 GWh. Considerando o volume de disponibilidade da UTE Pecém I, em ambos os períodos, de acordo com a participação da EDP, e de 50% da UHE Jari (237 GWh), o volume do grupo alcançou 3.506 GWh no trimestre, aumento de 9,5%.
A empresa informa que o déficit de geração hídrica (GSF) médio apresentado nos três primeiros meses de 2015 foi de 87,5%, representando uma exposição de 264 GWh, excluindo o impacto da UHE Jari, ao PLD médio de R$ 34,6/MWh (Submercado SE/CO).
Comercialização
O volume de energia comercializada no primeiro trimestre deste ano totalizou 2.556 GWh, um nível estável em relação ao mesmo período de 2015. “Apesar do cenário de maior volatilidade causado pela redução do PLD e, consequentemente maior liquidez no período, não houve aumento no volume de energia comercializada”, ressaltou a empresa.