01/12/2021 - 9:10
Por Noah Browning
LONDRES (Reuters) – As energias renováveis devem responder por quase 95% do aumento da capacidade de energia no mundo até 2026, informou relatório da Agência Internacional de Energia (IEA) nesta quarta-feira, com a energia solar fornecendo mais da metade do incremento.
O marco ocorre apesar do aumento dos custos dos materiais usados na fabricação de painéis solares e turbinas eólicas.
A nova capacidade de energia renovável este ano atingirá um segundo recorde consecutivo em 2021, disse o órgão de energia com sede em Paris em seu relatório anual sobre o mercado de energias renováveis.
“As adições recordes de eletricidade renovável deste ano de 290 gigawatts são mais um sinal de que uma nova economia global de energia está emergindo”, disse o diretor executivo da IEA, Fatih Birol.
“Os altos preços das commodities e da energia que vemos hoje representam novos desafios para a indústria de energias renováveis, mas os preços elevados dos combustíveis fósseis também tornam as energias renováveis ainda mais competitivas.”
A capacidade de eletricidade renovável até 2026 será igual à atual capacidade total de energia global de combustíveis fósseis e energia nuclear juntas, acrescentou a AIE.
Políticas governamentais e metas climáticas mais robustas, promovidas por promessas na conferência COP26 em Glasgow no mês passado, estão impulsionando os aumentos, mas o ritmo de crescimento das energias renováveis precisa acelerar para limitar os aumentos de temperatura, disse a AIE.
A China lidera o mundo em nova capacidade e está quatro anos à frente de suas próprias metas de infraestrutura eólica e solar, enquanto a Índia dobrará as novas instalações de 2015-2020.
“A China continua demonstrando seus pontos fortes em termos de energia limpa, com a expansão das energias renováveis sugerindo que o país pode atingir um pico em suas emissões de CO2 bem antes de 2030”, disse Birol.
Ainda assim, a IEA alertou que nos próximos cinco anos, as adições médias anuais de capacidade solar e eólica precisariam quase dobrar em relação às previsões atuais da agência para atingir emissões líquidas zero até 2050, enquanto o crescimento da demanda anual por biocombustíveis precisaria quadruplicar.