07/09/2025 - 12:00
Segundo o atual presidente do Insper, Guilherme Martins, o ensino híbrido se mostrou ‘o pior dos dois mundos’. A instituição sempre operou em modelo 100% presencial para a graduação, mas assim como outros pares, teve experiências usando ensino à distância.
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Ao Dinheiro Entrevista, Martins conta que o modelo de ensino híbrido acaba criando conflitos e diminuindo eficácia.
“É o pior dos dois mundos. A gente descobriu que, ou se prepara uma aula presencial, ou você prepara para ele ser remoto, com todo mundo estando remoto. Quando a gente viu o professor na situação em que ele tinha metade da sala na frente dele com uma experiência que ele planejou e metade online em que ele tinha que interagir pro chat, a aula não era boa”, explica.
“Não ficou como se teria sido uma aula desenhada para ser em um modelo ou outro. Então você fica num limbo”, completa.
O presidente do Insper relata que a instituição teve grandes desafios na época da pandemia, já que teve ‘que virar uma operação inteira para o ensino remoto‘.
“A tecnologia era a parte mais fácil. A questão é que você tinha um currículo inteiro preparado para ter uma aula presencial com participação do aluno, projetos”, explica.
Martins ainda adiciona que se viu ‘uma disparidade muito grande de domínio de tecnologia’, já que tiveram alguns professores que se adaptaram melhor à situação.
Nesse sentido, a instituição promoveu fóruns internos e outras medidas para manter a isonomia na qualidade das aulas mesmo no ensino remoto.
Insper pode se tornar aberto ao público
Em um futuro breve a instituição de ensino deverá ser mais aberta ao público, com um quarto edifício que funcione como uma ‘ponte’ entre a escola e a área pública.
A decisão veio com um propósito interno alinhado a uma concepção mais moderna para instituições de ensino, de integração com a sociedade.
“Nosso projeto na Vila Olímpia é de ter um campus aberto ao público, que conecte os quatro prédios que nós vamos ter até o ano de 2030, para a criação de um ecossistema em que empresas, a comunidade Insper e a comunidade de São Paulo possam interagir em um grande ambiente de inovação e conhecimento”, conta Martins.
A visão é de que, apesar de isso parecer contra intuitivo, a abertura do Insper ao público e o recuo das catracas deve tornar o espaço mais seguro, e não menos. A tese é de que um espaço mais ocupado é um espaço mais seguro.
“A ideia de um campus integrado e aberto é que você, ocupando a rua, torna a rua mais segura. A gente quer que a rua tenha atividade de dia, de noite, nos fins de semanas, atividades culturais, atividades ligadas ao campus, enfim, ter um campus bem vivo”, defende o presidente do Insper.