Após uma abertura em leve alta, as ações da Petrobras encetaram uma queda sistemática ao longo de toda a segunda-feira. No início da tarde, os operadores que conseguiram manter o apetite para almoçar retornaram a suas mesas para ver as ações preferenciais da estatal recuarem 9,1% para R$ 9,20, e as ordinárias caírem 9,3% para R$ 8,58.

Em um primeiro momento, a baixa é resultado da severa frustração do mercado com a não-divulgação dos resultados não auditados do terceiro trimestre. A divulgação dos dados, prevista para a sexta-feira 12, não ocorreu, o que levantou ainda mais dúvidas sobre a situação financeira da estatal.

Apesar de a Petrobras ter divulgado algumas informações, indicando uma posição de caixa de R$ 75 bilhões, e ter informado que renegociou os acordos de dívida (“covenants”) de maneira que não terá de pagar antecipadamente suas dívidas caso não divulgue os resultados até 31 de janeiro de 2015, os investidores não se convenceram. No entanto, há mais razões, mais estruturais, para a queda.

Os preços do petróleo continuam caindo no mercado internacional. Nesta segunda-feira, o preço do barril de petróleo do tipo Brent negociado em Nova York recuava mais de 2% para US$ 61,65, no que alguns analistas acreditam ser um processo global de desalavancagem do setor de commodities.

Assim como o petróleo, outras commodities minerais – níquel, zinco, cobre, ferro – estão vendo suas cotações recuarem aos menores níveis do ano. Com a perspectiva de recessão na Zona do Euro e de retração do crescimento chinês, além de a possibilidade de o Federal Resever (Fed, o banco central americano) elevar o juros nos Estados Unidos em 2015, a tendência dos fundos e tesourarias de bancos é reduzir as apostas em commodities. Isso vem derrubando os preços.