Desde que adquiriu a plataforma de cursos profissionalizantes EduK, há 18 meses, a Mind Lab só tem uma coisa em mente. Incluir 1 milhão de pessoas na economia até 2024. Para isso, a empresa de desenvolvimento educacional, social e cognitivo uniu seus conceitos de aprendizado, desenvolvidos desde 2012, à plataforma de cursos profissionalizantes, que contabiliza mais de 3,2 mil cursos técnicos completamente online. As opções vão de artesanato, beleza, gastronomia até a gestão de negócios. Ao todo já são cerca de 5 milhões de usuários cadastrados, com mais 25 mil usuários adicionados por mês.

+ Natura busca startups com soluções para a crise ambiental

Segundo o vice-presidente da Mindlab e responsável pela Eduk, Ivan Pereira, a startup surgiu da vontade do fundador Valmir Pereira de trabalhar outros conceitos que a educação deixava de lado, como habilidades cognitivas e técnicas. E isso foi feito por todo o País, mas com foco nas crianças. Porém, isso leva tempo e paralelamente havia um enorme contingente de pessoas adultas que já estavam fora da economia e sem capacitação para serem inseridas. Ao todo, já são mais de 10 milhões de brasileiros desempregados, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E para chegar a esse enorme contingente de pessoas que precisam de algum tipo de qualificação a aquisição da plataforma de cursos profissionalizantes fazia muito sentido. “Incluímos, então, todo seu nosso conhecimento para acelerar a formação dessas pessoas para que pudessem logo começar a gerar renda e mudar de vida”, disse.

Ao se propor colocar 1 milhão de pessoas na economia até 2024 a empresa também espera dobrar seu faturamento dos R$ 20 milhões registrados em 2020 para R$ 40 milhões até 2024. “Nossos objetivos são agressivos porque é preciso mudar o ponteiro da inclusão produtiva no Brasil, ajudando as pessoas a gerarem renda agora e começar a fazer parte da economia”, disse. O objetivo é levar a um caminho em que as pessoas possam trilhar sozinhas, tornando-se microoempreendedores. “Hoje, somando as pessoas sem carteira assinada chegamos a um contingente de 28 milhões de pessoas. Imaginar incluir tudo isso na economia é irreal, mas 1 milhão é possível”, disse.

Os mais de 3 mil cursos técnicos são oferecidos completamente on-line e podem ser acessados de qualquer lugar e com qualquer tipo de terminal, de computador a celular.

CUSTO ANUAL

O custo de acesso aos cursos é de R$ 360 por ano e pode ser pago pelos próprios interessados ou cedido por empresas. Hoje a maior parte da receita da EduK vem de parcerias com grandes empresas que oferecem os cursos a fornecedores e parceiros. Como é o caso do Ifood que optou por ajudar tanto os 300 mil restaurantes da plataforma como os 200 mil entregadores a se capacitarem para oferecer serviços e produtos melhores ao público. “Nossos cursos têm grande aderência porque fomos entender na realidade e vimos que essas pessoas precisavam apenas de guias que ajudassem a trilhar o caminho. Assim, já ajudamos mais de 50 mil pessoas a gerar renda.”, explica. O grande desafio agora é tornar a plataforma acessível para um número maior de pessoas, por isso as parcerias dobraram no último ano, chegando a 50 empresas, e a expectativa é que triplique até junho do ano que vem. “Nossa utopia está contaminando parceiros, que percebem que o trabalho faz sentido porque 20% da população não consegue consumir. Quando trazemos gente para gerar renda gera ciclo virtuoso”, disse.

E nesse ciclo a EduK já tem planos de se internacionalizar até 2024. Presente na lista anual da HolonIQ das startups EdTech mais inovadoras da América Latina (2020), a plataforma, quer oferecer cursos para outros países da América Latina. “Nosso trabalho tem impacto onde há falta de educação, por isso a expansão internacional faz todo o sentido e nos tornará a maior socialtech da América Latina, colocando a tecnologia a serviço do social”.