A relação familiar de um servidor de carreira da Prefeitura de São Paulo com o chefe da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) foi alvo de embate na noite desta quinta, 3, no debate promovido pela TV Globo entre candidatos à Prefeitura paulistana.

O candidato Guilherme Boulos (PSOL) questionou o adversário Ricardo Nunes (MDB) a respeito da atuação de Eduardo Olivatto, chefe de gabinete da Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb), da Prefeitura. Boulos citou reportagem do portal UOL que mostra que o servidor é ex-cunhado de Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola, chefe do PCC.

“Por que você entregou dinheiro da Prefeitura para o cunhado do Marcola?”, questionou Boulos. A irmã de Eduardo Olivatto, Ana Maria Olivatto, foi mulher do chefe do PCC. Ela morreu em 2002.

Nunes respondeu que o chefe de gabinete é funcionário de carreira, nomeado em 1988 pela então prefeita Luiza Erundina. “Ele é chefe de gabinete, não mexe com nada dessas questões de licitação”.

Depois, enquanto debatia o tema da segurança pública com o candidato Pablo Marçal (PRTB), Boulos voltou a citar o caso do funcionário da Prefeitura, rebatendo o argumento apresentado pelo prefeito: “Este servidor que ele diz, de fato é servidor de carreira, mas se tornou chefe e passou a assinar na gestão do Ricardo Nunes”.

Segundo a reportagem do UOL, não há indícios de que a carreira de Olivatto na Prefeitura tenha sido impactada pela relação de sua irmã com Marcola.