08/03/2024 - 7:00
Os investimentos das montadoras anunciados nos últimos dias somam R$ 95,3 bilhões até 2032 no Brasil e região. Mas o que explica tamanho volume de dinheiro e interesse das companhias na produção local?
Para Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), entre os principais fatores que explicam esse movimento está a volta do imposto de importação para automóveis com tecnologias eletrificadas.
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Alíquota de imposto de importação
“Enquanto o governo estava trabalhando com um cenário de alíquota zero de imposto de importação das novas tecnologias, seja elétricos, eletrificados, híbridos, ou com uma alíquota bastante reduzida, não havia motivos para investir.”
A retomada progressiva de tributação irá variar de acordo com os níveis de eletrificação. Veja abaixo.
Híbridos
Para os carros híbridos, a alíquota do imposto inicia com 15% em janeiro de 2024, passará para 25% em julho, chega a 30% em julho de 2025 e vai alcançar os 35% em julho de 2026.
Híbridos plug-in
Em relação aos híbridos plug-in, serão 12% em janeiro de 2024, 20% em julho de 2024, 28% em julho de 2025 e 35% em julho de 2026.
Elétricos
Para os elétricos, a sequência é 10% (janeiro de 2024), 18% (julho de 2024), 25% (julho de 2025) e 35% (julho de 2026).
No que tange “automóveis elétricos para transporte de carga”, ou caminhões elétricos, a taxação começa em 20% em janeiro e chegará aos 35% em julho de 2024.
Programa Mover
Outro ponto, segundo o presidente da associação, é o programa Mover do governo federal, além de promover o desenvolvimento tecnológico, com tratamento tributário.
“O programa Mover traz previsibilidade. O que o setor sempre pediu ao governo. E essa previsibilidade veio com a aprovação da reforma tributária, com a recomposição gradual da alíquota do imposto de importação e com a publicação do programa Mover.”
Lançado em 30 de dezembro, ele vai representar uma nova fase do antigo “Rota 2030”, no qual vai contar com um incentivo fiscal de R$ 19 bilhões até 2028. Com a medida, o objetivo é ampliar a descarbonização da frota e estimular a produção de novas tecnologias, seja para carros de passeio, ônibus e caminhões.
Confira abaixo os investimentos de cada montadora:
Great Wall Motors: R$ 10 bilhões até e 2023 e 2032
Renault: R$ 5,1 bilhões de 2021 a 2027
Caoa Chery: R$ 4,5 bilhões entre 2021 e 2028
BYD: R$ 3 bilhões de 2024 e 2030
Nissan: R$ 2,8 bilhões de 2023 a 2025
GM: R$ 7 bilhões até 2028
Volkswagen: R$ 16 bilhões até 2028
BMW: 500 milhões
Hyundai: R$ 5,45 bilhões
Toyota: R$ 11 bilhões até 2030
Stellantis: R$ 30 bilhões até 2032