Qualquer levantamento que se faça a respeito do potencial das cadeias agropecuárias brasileiras, sob os mais diferentes ângulos, deixa explícita a relevância do setor para o País e para o mundo. Já faz tempo que o Brasil está no grupo dos líderes globais em produção e comercialização de commodities como soja, milho, café, laranja, proteína animal e tantas outras. No entanto, cada vez mais essa posição tem sido comprovada a partir do interesse dos centros financeiros, de quem está em busca de opções de investimentos mais vantajosas.

A explosão do Fiagro (Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais) na B3 é um bom exemplo dessa aproximação entre o meio rural e a Faria Lima. No mês passado a Bolsa registrou mais de 58,7 mil investidores neste fundo, sendo que mais de 83% do volume negociado foi de pessoas físicas. Outro reflexo da atração entre capital, lavouras e rebanhos é a criação pela B3 do Iagro, o Índice Agro Free Float Setorial que acompanhará o desempenho das empresas do setor.

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A atratividade do agro brasileiro também tem reflexos em fusões e aquisições. Segundo informações da plataforma TTR (Transacional Track Record), divulgadas pela consultoria Hand Investimentos, especializada nesse mercado,  foram realizadas 569 operações no primeiro trimestre deste ano, 19% a mais do que em 2021. Em cifras, foram R$ 63,9 bilhões. Ainda segundo a Hand, há 1.600 investidores, em 63 países, interessados em avaliar alguma potencial oferta de aquisição no agro. Destaque para fabricantes de fertilizantes e defensivos, sobretudo de soluções biológicas e orgânicas, que representaram 34% das 56 operações de vendas de empresas do agro realizadas nos últimos três anos e analisadas pela Hand.

Além de identificar interessados em investir, a companhia também mapeou 334 empresas consideradas potenciais opções para compra ou para receber recursos de fundos de investimentos. As categorias que mais chamaram a atenção foram sementes, alimentos para animais, fertilizantes especiais e soluções biológicas e orgânicas, por conta das altas margens de crescimento dessas áreas. A mesma modernidade que impressiona nas fazendas ano a ano, com inovações tecnológicas, máquinas e sistemas autônomos, georreferenciamento, também pode trazer safras mais produtivas no campo dos negócios.