11/11/2022 - 8:09
Não tem choro nem vela. O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva determinou até que seus aliados não dessem abertura para discussão pública sobre composição do seu quadro ministerial. A ordem foi dada para tentar segurar as especulações, em especial das Pastas relacionadas à Economia, já que isso atrapalharia o andamento da transição, nas palavras de Lula.
Aliados do presidente na Câmara dos Deputados confirmaram esse posicionamento e garantiram que a política do silêncio valerá para todos os ministérios e outros cargos da alta cúpula governamental. “A ideia agora é trabalhar juntos pelo Brasil”, disse um deputado do PT à DINHEIRO. Mas a história não termina ai.
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Para conseguir manter a aliança ampla que o elegeu, Lula precisará retribuir favores para uma imensa gama de partidos. O problema é que ainda não há um quadro claro sobre as condições e estruturas dentro do governo federal para começar a entregar promessas.
Por isso dezembro. A ideia é que até o final do mês o primeiro diagnóstico mais claro sobre a situação dentro da máquina pública seja divulgado, o que ajudaria nessa distribuição. A estratégia faz parte do que no Estado de Direito Democrático ficou conhecido como presidencialismo de coalizão e será essencial para que o PT aprove suas pautas prioritárias no Congresso.
Na segunda-feira (7) Lula chegou a citar a “desmilitarização do Estado”, em uma alusão aos milhares de cargos que foram distribuídos para oficiais das Forças Armadas nos últimos quatro anos. Segundo levantamento do Tribunal de Contas da União, datado de agosto deste ano, o número de militares em cargos ao final do governo Bolsonaro se aproxima de quatro mil, o dobro do verificado na gestão Michel Temer, quando havia pouco mais de 1,9 mil militares ocupando cargos públicos. Dentro PT, no entanto, a estimativa é maior.
Lula chegou a falar de tirar oito mil militares de cargos que deviam ser ocupados por civis. Para chegar a esse número ele aumentou o filtro para estatais, autarquias e órgãos reguladores do governo federal. Um espaço amplo para devolver os favores que o petista precisou pedir para chegar ao mais alto cargo da República.