02/08/2022 - 8:28
Um ato em defesa da Justiça Eleitoral e contra a violência política reuniu dezenas de lideranças da sociedade civil e políticos de vários partidos em um auditório no centro do Rio de Janeiro, na noite desta segunda-feira, 1º. Anunciado pelos organizadores como um congraçamento entre adversários políticos que têm em comum a defesa da democracia, o ato acabou esvaziado pela ausência de lideranças importantes, como o prefeito Eduardo Paes (PSD) e o deputado estadual André Ceciliano (PT), pré-candidato a senador.
O evento foi a nona edição do ato “Em Defesa da Justiça Eleitoral e da Não Violência”, promovido pelo movimento Direitos Já!, entidade criada em setembro de 2019 para defender a democracia e a Constituição Federal e coordenada pelo sociólogo Fernando Guimarães. A reunião ocorreu no Clube de Engenharia, na Avenida Rio Branco.
Mais de 40 pessoas discursaram, presencialmente ou por vídeo. Além de brasileiros, foram veiculados depoimentos de políticos estrangeiros, como o da deputada portuguesa Joana Mortágua e o de Jorge Castañeda, ex-secretário de Relações Exteriores do México.
Todos defenderam as urnas eletrônicas, demonstraram confiança no sistema eleitoral brasileiro e condenaram a violência política. Também foram unânimes, em graus variados, as críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL), que faz constantes ataques às urnas eletrônicas e a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Entre os 15 partidos que apoiam o movimento Direitos Já! figuram PT, PSB, PCdoB, PDT, PSOL, MDB e Novo.
Discursaram Chico Alencar (vereador do Rio) pelo PSOL, Paulo Ramos (deputado federal pelo Rio) pelo PDT, Jandira Feghali (deputada federal pelo Rio) pelo PCdoB, Paulo Teixeira (deputado federal por SP) pelo PT e Leonardo Picciani (deputado federal pelo Rio) pelo MDB, entre outros líderes políticos.
Pelo PSB discursou o deputado federal Alessandro Molon, que protagoniza a principal disputa desse período pré-eleitoral no Rio. Ele quer ser candidato a senador, mas PT e PSB têm um acordo para apoiar o pré-candidato a governador Marcelo Freixo (PSB) e lançar ao Senado o deputado estadual Ceciliano. Pesquisas indicam que, se a eleição fosse hoje, Molon teria mais votos que Ceciliano, e ele se baseia nesses resultados para defender a própria candidatura.
Enquanto Molon propõe que ambos sejam candidatos, o PT do Rio cobra que só Ceciliano dispute a vaga para o Senado. O imbróglio precisa ser resolvido nos próximos dias – os partidos têm até a sexta-feira, 5, para realizar convenções e até o dia 15 para registrar as candidaturas. No discurso, Molon afirmou que naquele evento poderia ter adversários, mas não inimigos, e afirmou que todos têm em comum o apreço pela democracia.
Ao final, foram exibidas em vídeo saudações gravadas pelos candidatos a presidente da República pelo PDT, Ciro Gomes, e pelo MDB, Simone Tebet. Segundo a organização, os demais candidatos foram convidados a gravar e enviar vídeos, mas não o fizeram.