15/03/2022 - 4:25
À medida que o tempo passa, a qualidade dos cromossomas e do DNA contidos em cada óvulo humano diminui. Contudo, isto pode estar prestes a mudar, uma vez que estão sendo desenvolvidos medicamentos antivirais que poderão reverter este processo. O estudo pode ser consultado no Aging Cell.
Ao contrário dos homens, cujos órgãos reprodutores criam milhões de novos espermatozoides todos os dias, as mulheres nascem com todos os óvulos de uma só vez. À medida que envelhecem, a qualidade dos cromossomas e do DNA que cada óvulo contém diminui. Aliás, é por esta razão que a probabilidade de uma mulher engravidar aos 20 anos é de 86%, ao passo que a probabilidade aos 40 é de 36%.
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No entanto, e apesar de este processo de envelhecimento dos óvulos humanos ser natural, poderá haver uma forma de o alterar. Uma equipe de pesquisadores da Hebrew University, em Israel, demonstrou que tratar os óvulos com um medicamento antiviral pode inverter a idade dos mais velhos.
Nos testes, os óvulos cuja idade foi invertida possuíam mais cromossomas e um DNA menos danificado, se parecendo com óvulos mais novos. Para isto, os pesquisadores se concentraram numa parte crítica do processo de envelhecimento que impede um óvulo de amadurecer com sucesso.
À medida que uma mulher envelhece, o seu próprio DNA pode prejudicar o DNA dos óvulos, por se replicar dentro da célula – de forma semelhante ao ataque de um vírus. Por isso, se uma mulher jovem consegue se defender desse ataque, com a idade, a resposta enfraquece.
“Uma vez que o DNA que ataca se comporta como um vírus, foi colocado a hipótese de que a medicina antiviral administrada aos óvulos pode inverter a sua idade e rejuvenescê-los”, disse Michael Klutstein, biólogo molecular da Hebrew University e líder da investigação, ao The Times of Israel.
Os pesquisadores utilizaram inibidores de transcritores inversos, normalmente utilizados para o tratamento de vírus como o HIV (vírus da imunodeficiência humana) e HPV (vírus do papiloma humano). “Testamos centenas de óvulos de rato e depois de humanos, o que confirmou a hipótese”, revelou Klutstein.
Apesar de ainda não terem adicionado esperma aos óvulos, em breve, começarão a fertilização in vitro com óvulos rejuvenescidos de rato, de forma a testar se o procedimento melhora efetivamente as hipóteses de reprodução. Posteriormente, os pesquisadores esperam começar a testar em humanos e, dentro de 10 anos, garantir que as mulheres mais velhas possam usar medicamentos antivirais para aumentar a fertilidade.