01/11/2018 - 13:51
Chicago, 1 – A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês) prorrogou por dois anos a autorização para uso do XtendiMax, uma versão do polêmico herbicida dicamba fabricada pela Bayer. Segundo alguns agricultores e pesquisadores, o dicamba é responsável por danos em milhões de hectares de plantações nos últimos dois anos.
A decisão é uma vitória para a Bayer, que também comercializa sementes de soja e algodão modificadas geneticamente para resistir ao herbicida. A Bayer concluiu neste ano a aquisição da Monsanto, que na safra atual vendeu o equivalente a 50 milhões de acres (20,2 milhões de hectares) de sementes de soja e algodão resistentes ao dicamba. A Monsanto também orientou agricultores sobre como aplicar o herbicida corretamente para evitar danos em lavouras vizinhas.
“A EPA entende que o dicamba é uma valiosa ferramenta de controle de pragas para agricultores americanos”, disse o administrador interino da agência, Andrew Wheeler.
De acordo com analistas do Bernstein, a Bayer deve ter um lucro de aproximadamente US$ 159 milhões com o dicamba em 2019.
Além de prorrogar a autorização, a EPA vai implementar regras mais rigorosas para o uso do herbicida. A agência vai estabelecer zonas de restrição e limitar as horas em que agricultores podem aplicar o herbicida, para evitar que ele se espalhe para campos vizinhos.
A Monsanto começou a comercializar o XtendiMax após aprovação inicial da EPA no fim de 2016. A companhia vende o produto como uma forma de eliminar ervas daninhas que são resistentes ao glifosato. Segundo a Monsanto, a nova versão do dicamba tende a se espalhar menos.
Em julho, pesquisadores da Universidade do Missouri estimaram que 1,1 milhão de acres (445.154 hectares) de soja foram afetados pelo herbicida este ano. Representantes da Monsanto dizem que a grande maioria dos casos pode ser atribuída a erros durante a aplicação. Fonte: Dow Jones Newswires.