A epidemia de gripe causada pela nova cepa Darwin (H3N2) do vírus Influenza A já atinge diversos estados brasileiros e deixou, até o momento, 9 mortos: 5 no Rio de Janeiro, 1 em Salvador e outros 3 nas Alagoas. A gripe também causa surtos em São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Rondônia e Amazonas, segundo as secretarias estaduais de saúde.

Levantamento do InfoGripe, feito pela Fundação Oswaldo Cruz, indica que ainda há tendência “muito alta” de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave, doença que resulta tanto da Covid-19 como da gripe comum, nos estados do Acre, Amapá, Maranhão e Pará.

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Segundo Carla Kobayashi, infectologista do Hospital Sírio-Libanês, dois fatores contribuíram com o aumento do quadro de gripe no Brasil fora do momento esperado, o inverno: a baixa taxa de vacinação e o relaxamento de medidas de proteção que eram utilizados contra a Covid-19.

“A gente teve uma reclusão (durante a pandemia), utilizando máscara de forma mais rigorosa, sem grandes aglomerações. Vários comportamentos de riscos evitaram a transmissão de doenças infectocontagiosas, entre elas a influenza. Este comportamento restringia a circuclação de outros vírus também”, explica.

Com o relaxamento das medidas de proteção contra a Covid, o vírus Influenza passou a circular com mais intensidade. Como as formas de contaminação são exatamente as mesmas, os cuidados preventivos também são os mesmos: máscara de proteção, higienização das mãos, evitar aglomeração e, sobretudo, vacinação. Veja a diferença entre os sintomas de gripe e Covid-19.

“A taxa de vacinação no adulto contra o influenza caiu bastante este ano muito por conta da preocupação com a vacina da Covid-19”, diz Kobayashi. O Ministério da Saúde estima que a cobertura vacinal da gripe esteja próxima de 71%, índice que superou os 90% nos últimos anos e é considerado ideal à saúde pública.

A nova cepa de influenza consegue escapar da imunidade da vacina antigripal, mas seu uso segue recomendado para fortalecer o sistema imunológico. O Instituto Butantan começa em janeiro de 2022 a produzir a nova vacina com cobertura à nova cepa de influenza.

Segundo o doutor em virologia Atila Iamarino, “quem usa a PFF2 (máscara mais eficaz no bloqueio viral) bem colocada está protegido contra influenza ou coronavírus, a variante que for”, postou em seu Twitter.

O avanço da variante ômicron aliado à expansão da epidemia de gripe, portanto, exigem uma volta da preocupação com hábitos de prevenção. Assim como contra a Covid, vacinar-se contra a gripe é também muito importante.