Empresa americana que construiu parte da estrutura diz ser cedo para determinar causas do rompimento. Bombeiros descrevem devastação no local como “campo de batalha”.A empresa americana que construiu parte do aquário gigante que explodiu em Berlim afirmou neste sábado (17/12) que enviará à capital alemã uma equipe de especialistas para participar das investigações sobre as causas que levaram ao rompimento da estrutura.

“No atual momento, ainda é muito cedo para determinar o fato e os fatores que podem ter causado esse tipo de rachadura”, acrescentou a empresa americana Reynolds Polymer Technology, responsável pela construção e instalação da fachada em acrílico do aquário.

O rompimento do aquário liberou 1 milhão de litros de água em ruas da capital alemã e causou um rastro de destruição no local. O Aquadom ficava no saguão de um hotel e continha o maior tanque cilíndrico do mundo deste tipo, com 16 metros de altura e 11,5 metros de diâmetro, abrigando 1,5 mil peixes exóticos de 100 espécies. A atração era muito popular entre os turistas, inclusive entre as crianças, e os visitantes podiam percorrer o interior do aquário em um elevador.

O incidente ocorreu por volta das 5h45 (horário local), quando um barulho alto foi ouvido na região. Cerca de 100 bombeiros foram enviados ao edifício, que abriga, além do hotel, um museu, lojas e restaurantes. A explosão deixou dois feridos. Não há informações oficiais sobre se os feridos são funcionários ou hóspedes do hotel.

Sem risco de desabamento

O rompimento do aquário destruiu o saguão do hotel. “Parece um campo de batalha”, afirmou o porta-voz do Corpo dos Bombeiros de Berlim, James Klein, ao descrever a situação do interior do edifício. Segundo ele, todo o átrio e a recepção foram cobertos pela água e por pedaços pesados do acrílico do aquário impossibilitando a movimentação no local.

Klein afirmou ainda que muitos peixes foram encontrados na estrutura do aquário rompido e puderam ser salvos. Os animais foram levados para o aquário Sea Life e para o Zoológico de Berlim.

Após engenheiros estruturais verificaram a estabilidade do prédio onde ficava o aquário, o local foi liberado para o proprietário do complexo de edifícios, o fundo Union Investment. “Não há risco de desabamento”, afirmou neste sábado o porta-voz do grupo, Fabian Hellbusch.

Investigações técnicas sobre as possíveis causas no acidente ainda estão em andamento no local. Hellbusch afirmou que, além do hotel, ao menos seis lojas do complexo foram danificadas. “Ainda resta cinco centímetros de água na garagem subterrânea”, acrescentou.

Investigações não apontam terrorismo

A polícia enviou cerca de 100 agentes para o local. As autoridades não sabem ainda o que causou o incidente, mas não há indícios de um ataque terrorista.

De acordo com a secretária de Interior de Berlim, Iris Spranger, a principal hipótese é que o incidente tenha sido causado pela deterioração da estrutura do aquário.

“Claro, a investigação sobre a causa ainda não foi concluída, mas os primeiros sinais apontam para deterioração do material”, disse Spranger à agência de notícias alemã DPA. Ela também desejou aos feridos uma “rápida recuperação”.

Em 2020, o aquário passou por uma reforma que, segundo a prefeita de Berlim, custou cerca de 2 milhões de euros.

De acordo com o porta-voz da polícia de Berlim, Martin Stralau, as baixas temperaturas podem ter contribuído para o rompimento do aquário. A cidade registrava cerca de -7°C no momento do incidente.

Em dezembro de 2012, a vidraça de um tanque de tubarões ao ar livre em um shopping de Xangai, na China, estourou, deixando 16 pessoas feridas. Na época, a causa alegada para o incidente foi uma combinação de diferença de temperatura e material frágil.

cn (dpa, ots)