Uma cratera imensa foi aberta na pista local da Marginal Tietê, sentido Ayrton Senna, nesta terça-feira (2), e agora as autoridades correm contra o tempo para fechar o buraco. O acidente aconteceu em uma obra de perfuração da linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo.

Segundo a Acciona, empresa responsável pelas obras e pela operação da linha após sua construção, o rompimento de uma coletora de esgoto foi a principal causa do acidente que tomou praticamente toda a pista local da Marginal e interrompeu parcialmente o fluxo de carros na via.

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Agora, equipes trabalham no local para fechar o buraco com rochas e argamassa, na tentativa de estabilizar os deslizamentos e retomar a passagem de carros em uma das vias mais movimentadas de São Paulo. Essa operação foi iniciada ainda na noite de ontem (1) e segue sem uma estimativa de quando será concluída, o que pode se arrastar por semanas.

“Ficou decidido pelo preenchimento do poço de ventilação, circulação e emergência (VSE Aquinos) com material rochoso e com argamassa na cratera que se abriu na marginal. Tudo para estabilizar a cratera e os deslizamentos, visando posterior recuperação da tubulação, da erosão e marginal”, disse em nota a Secretaria de Transportes Metropolitanos.

Causa do acidente ainda é uma incógnita

Um comitê foi organizado pelo Governo de São Paulo, junto à Sabesp e a Secretaria de Transportes. A ideia é descobrir o que ocasionou o acidente: se foi efeito das chuvas, como alega a Acciona, ou se o chamado “Tatuzão” (máquina responsável por abrir o túnel da obra logo abaixo do rio Tietê) causou o rompimento da coletora de esgoto.

A Acciona nega qualquer problema na obra e diz que os trabalhos de contenção foram iniciados “com toda a urgência necessária”.

Já o trânsito na região precisou de adaptações: as avenidas Ermano Marchetti e Marquês de São Vicente são os pontos de desvio para quem deseja seguir caminho no restante da Marginal. Na altura do acidente a pista expressa foi liberada e está juntando os carros que trafegam na pista central.

Nesta quarta-feira (2), a Prefeitura anunciou a suspensão do rodízio de veículos até sexta-feira (4).

Moradores com medo

Os moradores da região viveram momentos de medo logo após o acidente na manhã de ontem. Em um prédio que está localizado a 150 metros da obra, as pessoas saíram correndo de suas casas por temerem algum tipo de desmoronamento.

Mais de mil pessoas moram no condomínio Terrazza Marina, localizado na Avenida Santa Marina. São 348 apartamentos e três torres no local.

“Eu fiquei em pânico porque não sabia o que falar para os moradores. A gente viu o pessoal indo embora, com medo do prédio cair, e os helicópteros sobrevoando. Mas comecei a me acalmar quando falei com os engenheiros e o pessoal da Defesa Civil”, contou ao Estadão a gerente do condomínio, Alcilene Silva, de 40 anos.

Tanto a Defesa Civil, quanto peritos particulares atestaram que não existem riscos estruturais no condomínio e nos prédios do entorno.