01/04/2022 - 18:35
Por Andre Romani
SÃO PAULO (Reuters) – A B3 anunciou nesta sexta-feira uma revisão metodológica nos dados do segmento de ações que fez o saldo de capital estrangeiro em 2022 ficar 27 bilhões de reais menor.
Luís Kondic, diretor de produtos e dados da B3, explicou a jornalistas que a empresa descobriu um erro ligado à inclusão equivocada de dados de empréstimos de ação. A B3 está revisando os números de 2020 e 2021, enquanto os de 2022 foram concluídos.
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Desde outubro de 2020, dados de negociação por categoria de investidor (institucional, estrangeiro, pessoa física) divulgados pela B3 incluíam operações de empréstimo de ações em tela (modalidade que passou a ser oferecida naquele mês). “Esse tipo de operação não deveria estar sendo computada”, já que não tem fluxo financeiro, disse Kondic.
Os empréstimos em tela representam cerca de 30% do fluxo total de empréstimos de ações na B3, segundo a empresa.
Para 2022, o saldo do fluxo de capital estrangeiro na bolsa, que era de 91,1 bilhões de reais até 30 de março, passa a ser agora de 64,1 bilhões de reais, o que significa que o número anterior era 42,1% maior.
A revisão do restante dos números não tem data para ser concluída e não há impacto nos dados financeiro e contábeis da B3, disse Kondic.
Em termos líquidos, o maior efeito das mudanças em 2022 foi em fevereiro, com a redução de 9,5 bilhões de reais em relação ao dado anterior. Os cortes foram de 9,1 bilhões de reais em janeiro e de 8,4 bilhões de reais em março, que ainda não tem dados completos.
A entrada de fluxo estrangeiro na bolsa brasileira é vista como um dos principais motivos para o bom desempenho do Ibovespa, que em 2022 já subiu 16%.
Questionado se a revisão muda a leitura sobre a performance da bolsa brasileira, Kondic disse que a B3 apenas identificou o erro e que a leitura e avaliação do cenário macro “fica por conta dos analistas”.