A atriz global Guta Stresser, de 49 anos, recentemente revelou que foi diagnosticada com esclerose múltipla (EM). A doença, que atinge cerca de 2,5 milhões de pessoas no mundo, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), ainda é alvo de muito preconceito por parte do público.

A EM é uma doença autoimune que compromete o sistema nervoso central, atingindo principalmente o cérebro, a medula espinhal e os nervos ópticos.

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Trata-se de uma condição temida por todos, mas poucas pessoas sabem ao certo como identificá-la, quais os seus tipos, o que a provoca e os seus principais métodos de tratamento.

Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM), cerca de 40 mil brasileiros são acometidos pela patologia.

Em escala global, estima-se que aproximadamente 2,8 milhões de pessoas vivem com EM. Isso representa 1 a cada 3.000 adultos.

Além disso, a cada cinco minutos, diagnosticamos uma pessoa com a doença, sendo que o acesso às terapias complementares enfrentam barreiras em 7 de cada 10 países em que isso ocorre.

Mas afinal, o que é esclerose múltipla exatamente? Como seus sintomas se manifestam? Quais os meios de combatê-la? Ela tem cura? É possível preveni-la?

Para esclarecer todos os detalhes sobre o tema, preparei este artigo com as respostas dessas e outras perguntas. Acompanhe.

O que é esclerose múltipla?
De manifestação autoimune, a esclerose múltipla ocorre quando o próprio sistema imunológico passa a atacar uma estrutura do organismo chamada de bainha de mielina.

Trata-se de uma espécie de proteção que reveste os neurônios, que quando é danificada acaba destruindo ou prejudicando severamente os nervos.

Como resultado, a comunicação entre o cérebro e o restante do corpo é comprometida, gerando sintomas variáveis, que mudam conforme o volume e os tipos de nervos afetados.

Assim, os alvos mais comuns desta condição, chamada de desmielinização, incluem o tronco cerebral, a medula espinhal e os nervos ópticos.

Já os sintomas mais comuns são: tremores, fraqueza muscular, fadiga excessiva e perda do controle dos movimentos e da fala.

A principal faixa etária sujeita à esclerose múltipla é de adultos entre os 18 e 55 anos, de acordo com dados divulgados pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (CONITEC).

Voltando às informações prestadas pela ABEM, a associação dedicada aos pacientes brasileiros afetados pela doença ressalta de forma contundente que sua manifestação não é contagiosa, não é suscetível de prevenção e não consiste em uma patologia mental.

Tipos de esclerose múltipla

Ao todo, existem 4 tipos de esclerose múltipla. Desde já, veja como cada um deles se caracteriza:

Esclerose múltipla remitente-recorrente (EMRR): é a manifestação mais comum da doença, responsável por mais de 80% dos casos. Tende a ocorrer nos primeiros anos do primeiro diagn EM e os pacientes geralmente se recuperam sem sequelas. Contudo, cerca de metade das pessoas com EMRR desenvolvem o segundo tipo de esclerose (descrito abaixo) em um período de 10 anos;

Esclerose múltipla secundária progressiva (EMSP): nela, os pacientes não têm recuperação total das crises e passam a acumular sequelas com o passar dos anos. É comum que ocorram problemas para andar, perda visual definitiva e outras condições incapacitantes;

Esclerose múltipla primária progressiva (EMPP): nesse caso, as crises são seguidas umas das outras e vão apresentando pioras gradativas;
Esclerose múltipla progressiva com surtos (EMPS): é semelhante à anterior, mas a EM ocorre de maneira mais agressiva, comprometendo assim as estruturas do cérebro rapidamente durante o processo.

Principais causas da esclerose múltipla

A resposta autoimune de desmielinização ocorre por uma falha no sistema imunológico. Responsável pelo combate de infecções, as células de defesa agem de maneira equivocada e passam a reconhecer a mielina como uma ameaça, o que leva ao seu ataque.

Entretanto, apesar de ser um processo já conhecido, a esclerose múltipla tem causas incertas, mas é consenso entre os especialistas que alguns fatores estejam diretamente associados à sua ocorrência. São eles:

Fatores genéticos

Há pessoas com predisposição para a doença. Além disso, acredita-se que a esclerose múltipla é hereditária, já que 15% dos pacientes têm parente próximo e 5% um irmão com EM, segundo dados publicados no UOL.

Fatores ambientais

Acima de tudo, baixos índices de vitamina D contribuem para o surgimento da EM, e isso faz com que locais com menor incidência de sol tenham mais casos da doença. Além disso, a exposição à fumaça do cigarro também favorece seu desenvolvimento.

Fatores alimentares

Ainda que não seja um consenso entre a comunidade científica, existem sinais de que dietas pobres em ômega 3 e com alto teor de sódio contribuem para o surgimento da EM.