Pessoas com problemas na boca, especialmente perda de dente, têm 21% mais risco de desenvolver doença de Alzheimer mais tarde na vida, de acordo com estudo publicado nesta semana no periódico científico Journal of the American Geriatrics Society.

Cientistas da Universidade do Oeste da Finlândia analisaram 47 estudos de várias partes do mundo e descobriram uma associação entre a saúde bucal e a chance de desenvolver declínio cognitivo.

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O estudo também descobriu que a perda de dentes aumenta significativamente o risco de demência e deterioração cognitiva, destacando a importância da escovação regular e idas ao periódicas ao dentista, revela o jornal britânico The Independent.

“A periodontite é a inflamação dos tecidos de suporte do dente que, em casos graves, leva à perda do dente. Afeta cerca de 10 a 15% da população adulta no mundo. As descobertas desta revisão podem indicar o envolvimento de múltiplos mecanismos na associação entre as saúdes periodontal e cognitiva”, afirmam os pesquisadores, citados pelo jornal britânico.

Ainda segundo os cientistas, o monitoramento e gerenciamento da saúde da boca pode ajudar na prevenção da demência, embora as evidências disponíveis ainda não sejam suficientes para indicar quais indivíduos têm mais risco e quais medidas são mais eficientes para prevenir a deterioração cognitiva.

No ano passado, pesquisadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, revelaram um algoritmo capaz de diagnosticar a doença de Alzheimer em um dia, apenas “lendo” exames de varredura neurológica.

O teste usa inteligência artificial para observar estruturas do cérebro, incluindo regiões não associadas anteriormente à condição neurodegenerativa.

Embora não haja cura para a doença progressiva, o diagnóstico precoce pode permitir uma melhor qualidade de vida para os pacientes.

De acordo com a Sociedade do Alzheimer (Alzheimer’s Society) do Reino Unido, citada pelo The Independent, explica que problemas de memória são um sinal precoce comum de demência, além de sintomas como alteração do pensamento, da fala e do comportamento.

A doença é mais comum em pessoas acima de 65 anos. O risco de Alzheimer e outros tipos de demência aumenta com a idade, afetando cerca de uma em cada 14 pessoas com mais de 65 anos e uma em cada seis pessoas com mais de 80.