12/09/2022 - 15:44
Por Rachel More e Emma Farge
GENEBRA (Reuters) – O número de pessoas forçadas a trabalhar em formas modernas de escravidão aumentou em um quinto nos últimos anos, para cerca de 50 milhões por dia, em meio ao aumento da pobreza e outras crises, afirmou a Organização Internacional do Trabalho da ONU (OIT) nesta segunda-feira.
Mais da metade deles foram forçados a trabalhar contra sua vontade e outros forçados a se casar, disse a OIT.
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Ambas as situações se enquadraram na definição de escravidão moderna da organização, pois envolviam pessoas que “não podem recusar ou não podem sair por causa de ameaças, violência, engano, abuso de poder ou outras formas de coerção”, acrescentou.
A situação foi agravada por crises como a pandemia de Covid-19, conflitos armados e mudanças climáticas que deixaram mais pessoas em extrema pobreza e mais forçadas a migrar, disse a agência.
“Acho que, em geral, simplesmente relaxamos nossos esforços. Desviamos os olhos da bola quando se trata de trabalho forçado”, disse à Reuters o diretor-geral da OIT, Guy Ryder, pedindo melhorias nas práticas de recrutamento e nas inspeções trabalhistas.
Ele disse que medidas comerciais, como a proibição de produtos e importações feitas com trabalho forçado, que atualmente estão em revisão pela União Europeia, também podem ajudar.
Em comparação com a última contagem, do ano de 2016, o número de pessoas em escravidão moderna aumentou cerca de 9,3 milhões, segundo o relatório.
A OIT, que baseou suas estimativas em parte em pesquisas domiciliares, descobriu que mais da metade de todo o trabalho forçado ocorreu em países de renda média-alta ou alta, com os trabalhadores imigrantes mais de três vezes mais propensos a serem afetados do que os locais.
Em uma parte separada do relatório, a OIT disse que o Catar –que enfrenta alegações de violações de direitos trabalhistas relacionadas a imigrantes que trabalham na preparação para a Copa do Mundo de futebol em novembro– fez “progressos significativos” desde a abertura de um escritório da OIT no país em abril de 2018.