15/05/2017 - 20:08
A criação de um orçamento comum para a zona do euro e “certo grau de mutualização da dívida” através de uma gestão conjunta são algumas das propostas de Madri para o futuro da zona do euro, afirmou uma fonte do governo espanhol à AFP nesta segunda-feira.
“A zona do euro demonstrou ser vulnerável às pertubações econômicas ‘porque não há mecanismos de absorção eficazes'”, explicou essa fonte, citando fragmentos da proposta revelada pelo jornal espanhol El País.
O novo presidente francês, Emmanuel Macron, já demonstrava, antes mesmo de assumir o cargo, sua aposta na criação de um ministro das Finanças e de um orçamento para a zona do euro, assim como de um parlamento para este bloco monetário.
Em suas propostas, Madri também se mostra a favor de uma “capacidade fiscal comum como instrumento de estabilização”, que poderia consistir em um instrumento para investimentos e com um seguro-desemprego complementar ao nacional, segundo essa fonte.
Em uma linha mais próxima à da Alemanha, partidária do rigor fiscal, a Espanha matiza que esse orçamento comum se “deve complementar com uma estrita aplicação das regras de estabilidade” que estão em vigor no bloco.
A Espanha também defende, na área fiscal e “no longo prazo”, por um “certo grau de mutualização da dívida” através de uma gestão conjunta nos 19 países do euro.
Essa ideia de criar uma espécie de Eurobonos não convence a Alemanha, maior economia da zona do euro, que leva em conta o elevado endividamento público em países como Itália, Portugal e Espanha, que se viram mais afetados pela crise financeira mundial de 2008 e a posterior crise da dívida.
Em Berlim, Macron manifestou nessa segunda-feira diante da chanceler alemã, Angela Merkel, ser contra uma “mutualização das dívidas do passado”, e se disse partidário de abrir um debate sobre “novos mecanismos de investimentos para o futuro”.
O acesso aos instrumentos de uma união fiscal propostos pela Espanha estariam condicionados “ao cumprimento de critérios de convergência real” para reduzir os riscos, explicou a fonte.
Em sua proposta, Madri, que também quer acabar de completar a união bancária, defende “reforçar e controlar a implementação de reformas estruturais” nos países da zona do euro.