O verão começa dia 21 de dezembro e muitas pessoas já estão contando as horas para algum momento de descanso tomando sol na praia. Acontece que para ficar exposto ao sol com segurança, é preciso tomar certos cuidados para evitar o câncer de pele. 

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA) do ministério da saúde, o câncer de pele é o mais frequente no Brasil, com cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados.

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Consultamos dermatologistas para dar dicas de como aproveitar o verão sem correr tantos riscos.

Há vários tipos de câncer de pele

Um ponto importante é que existem vários tipos de câncer de pele e eles podem ser causados por diferentes fatores. O dermatologista Marcelo Arnone explica: 

“Por ordem de frequência, o mais comum é o que se chama carcinoma basocelular. Aí o segundo mais frequente é o carcinoma espinocelular. E tem um terceiro, que é mais raro, que é o melanoma ou o melanoma maligno”, explicou 

Como identificar o câncer no início 

Identificado no início, o câncer de pele possui um bom prognóstico de cura. João Duprat Neto, líder do Centro de Referência em Tumores Cutâneos, explica quais as características das feridas que podem ser um tumor. 

“Tanto o carcinoma basocelular quanto o carcinoma espinocelular são principalmente feridas que não cicatrizam. Passou um mês e uma ferida não cicatrizou, é importante algum médico avaliar. Já o melanoma é uma pinta que não existia. As pintas costumam aparecer até os trinta anos, mas depois disso não é habitual. Uma pinta que é nova ou uma pinta que já existia e começa a crescer precisa ser avaliada. Uma regra é fazer a regra do ABCDE: A de assimétrico, B de bordas irregulares, C de várias cores, D de diâmetro maior de cinco milímetros e E de evolução”, avaliou.

O médico também explica que, se não tratado, o câncer de pele pode gerar metástase.   

Use protetor solar não só na praia 

Uma das dicas mais ouvidas para se proteger do sol na praia é passar protetor solar. Especialistas explicam que em pessoas com a pele clara, mais propensas a ter câncer de pele, o ideal é usar produtos com FPS acima de 30. Mas os cuidados precisam ser tomados todos os dias que você estiver exposto ao sol. 

“Hoje os filtros solares também podem conter ácido hialurônico e clareadores e servem para várias funções. Eles devem ser usados diariamente durante todo o ano. Temos tantas opções no mercado hoje que não podemos ter o hábito somente no verão e no período de férias”, explicou Fernanda Bombonati, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. 

Quanto tempo de sol preciso para fixar vitamina D?

Muitos defendem a exposição ao sol para fixar a vitamina D, essencial para o corpo humano. Duprat explica que poucos minutos de exposição ao sol do meio dia, entre cinco e dez, já são necessários para essa metabolização. 

E há diferença entre o sol da manhã e o sol que vai das dez da manhã às quatro da tarde. 

“O UVA é a radiação que bronzeia e ela começa quando o sol nasce e só vai acabar quando o sol se põe. O UVB, que deixa você vermelho e que causa mais o carcinoma basocelular, tem maior incidência das dez até às quatro da tarde.”

Segundo Duprat, a vitamina D é ativada por “esse sol ruim”. Ele indica que, se a pessoa tem hipersensibilidade e pele muito clara, o melhor a fazer é ela evitar também o sol das oito às nove. Quem não tem problema genético pode se expor um pouco mais nesse horário. Mas duprat lembra que a metabolização da vitamina D só é gerada pelo sol do meio dia.