Um grupo de especialistas sobre Cuba acusou, nesta terça-feira (17), uma “elite da máfia” de controlar o governo da ilha e se apropriar das riquezas do país, mergulhado em sua pior crise econômica desde os anos 1990, durante uma coletiva de imprensa em Miami, Flórida.

Um saque que deixou o Executivo “sem recursos que lhe permitam garantir as necessidades mais básicas da população como alimentação, serviços de saúde, eletricidade e água potável”, afirmou Emilio Morales, vice-presidente do Cuba Siglo 21, um laboratório de ideias “comprometido com a causa do progresso em Cuba”, criado recentemente.

Segundo Morales, todo o poder econômico da ilha está nas mãos do Grupo de Administração Empresarial S.A (GAESA), um conglomerado pertencente às Forças Armadas, que na prática está nas mãos da família Castro e de oligarcas próximos a ela.

“Esta elite da máfia no poder é quem tem sob seu controle cada dólar que entra e sai do país”, afirmou o especialista.

Esse grupo, que descreveu como uma “oligarquia gananciosa”, assumiu o controle dos principais setores da economia e de mais de 95% das finanças do país entre 2016 e 2022, acrescentou.

Segundo Morales, esse monopólio, que opera fora de qualquer auditoria institucional, exporta as riquezas do país para paraísos fiscais por meio de uma complexa rede de empresas de fachada.

A situação é diferente da vivida durante o governo de Fidel Castro (1959-2008), assegurou o presidente do Cuba Siglo 21, Juan Antonio Blanco.

“O poder do Estado comunista não se baseava apenas na repressão. Baseava-se em uma política de cooptação econômica e social, com educação, saúde e uma série de serviços de baixo custo”, explicou o especialista.

Esta “nova oligarquia” renunciou a essa responsabilidade do Estado comunista cubano, acrescentou.

A atual crise econômica em Cuba provocou no último ano a maior emigração para os Estados Unidos da história da ilha.