24/02/2021 - 3:10
Bilhões de microplásticos flutuam nos oceanos de todo o mundo, desde as águas superficiais aos mares profundos. Estas partículas se formam tipicamente quando os pedaços maiores de plástico, como sacos de compras e embalagens de alimentos, se desfazem, e são ingeridas por centenas de peixes.
Nos últimos anos, vários pesquisadores têm demonstrado preocupação com os microplásticos porque são efetivamente minúsculos, de desfazem facilmente e são frequentemente ingeridos pelos peixes e animais aquáticos, acidental ou intencionalmente.
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Um estudo publicado recentemente, desenvolvido pelo ecologista Elliott Hazen da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA, analisou como os peixes marinhos – incluindo as espécies consumidas por seres humanos – estão ingerindo partículas sintéticas de todos os tamanhos.
A mais ampla revisão sobre este tópico que foi realizada até o momento descobriu que, até agora, 386 espécies de peixes marinhos são conhecidas por terem ingerido partículas plásticas, incluindo 210 espécies que são comercialmente importantes.
No entanto, o número de peixes que consomem plástico está aumentando, não só porque os métodos de detecção de microplásticos estão melhorarando, como a poluição de plástico oceânico continua crescendo.
A partir de uma base de dados sobre a ingestão de plástico por peixes marinhos, com base em todos os estudos científicos sobre o problema publicados entre 1972 e 2019, os pesquisadores encontraram agora tendências “surpreendentes e preocupantes”. Esta nova pesquisa revelou que os peixes marinhos estão ingerindo plástico em todo o mundo.
De acordo com os 129 artigos científicos que constam na base de dados, os cientistas estudaram este problema em 555 espécies de peixe em todo o mundo, sendo que mais de dois terços dessas espécies tinham ingerido plástico.
Além disso, quando os investigadores procuraram especificamente por microplásticos encontraram cinco vezes mais estas partículas por peixe do que quando apenas procuraram pedaços maiores de plástico. A pesquisa mostra, então, que a ingestão de plástico é mais elevada do que os cientistas tinham inicialmente previsto.