06/04/2020 - 8:26
A semana começou positivamente nesta segunda-feira (6) para os mercados, incentivados pela esperança de que o pico da epidemia do novo coronavírus seja atingido em breve, uma vez que os países mais afetados da Europa registram uma queda no número de mortes.
“Os mercados europeus estão (…) focados” em um certo otimismo gerado “pela diminuição da taxa de mortalidade pelo coronavírus”, aponta o analista Naeem Aslam, da AvaTrade.
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Espanha, Itália e França registraram no últimos final de semana uma esperançosa redução no número de mortos devido à pandemia da COVID-19, que já matou mais de 70.000 pessoas em todo o mundo.
O alívio se fez notar primeiro na Ásia, onde a bolsa de Tóquio fechou em forte alta de 4,24%.
E esse bom começo se estendeu à Europa, onde todas as praças abriram em alta.
Às 8h00 GMT (5h00 de Brasília), o índice de referência FTSE 100 de Londres ganhava 2,5%, o DAX de Frankfurt avançava 3,9% e o CAC 40 de Paris 3,14%. O FTSE Mib de Milão subia 3,1% e o IBEX de Madri recuperava 2,5%.
“Os investidores reagiram positivamente aos informes de uma desaceleração no número de mortos na Itália e na Espanha”, disse Yoshihiro Ito, especialista da Okasan Online Securities, em nota informativa.
“Mas ainda não está claro se o surto será contido”, acrescentou.
De fato, no Japão, o primeiro-ministro Shinzo Abe está se preparando para declarar estado de emergência em algumas partes do país, incluindo Tóquio, onde o número de infectados continua a aumentar.
– Aliviar confinamentos –
No entanto, “os mercados adotam um tom mais otimista, porque certos governos determinaram que a Páscoa marcará o início de um alívio dos confinamentos”, assegura Jasper Lawler, analista do London Capital Group.
“Os investidores veem isso como o sinal precursor de uma saída do túnel da paralisia econômica”, acrescenta ele.
Mas a situação do petróleo ainda continua complicada.
Nesta segunda-feira, os preços caíam acentuadamente na Ásia após o adiamento de uma reunião entre a OPEP e a Rússia, eliminando assim a possibilidade de um acordo que permitiria sustentar os preços.
Por outro lado, o mercado de dívida permanece estável, em um contexto de confiança no apoio dos bancos centrais. A moeda europeia também se mantinha estável em relação ao dólar.
Mas a semana se anuncia muito difícil para os Estados Unidos – onde o desemprego subiu para 4,4% e 700.000 empregos foram destruídos – o que terá um impacto em todo o planeta em geral e nos mercados em particular.
Para Tangi Le Liboux, estrategista da corretora Aurel BGC, “uma nova fase do ioiô”, com altos e baixos, parece se anunciar para os mercados.
Além disso, “o fim do confinamento será longo e trabalhoso e não é absolutamente certo que a economia retorne ao nível pré-crise, mesmo por meses, se o vírus continuar a circular”, acrescenta.