01/04/2014 - 9:41
Jonathan Pollard, o israelense preso nos Estados Unidos por espionar para Israel, pode se converter em uma peça importante nas negociações do secretário americano de Estado, John Kerry, para salvar o processo de paz israelense-palestino.
Segundo fontes vinculadas ao caso, a libertação de Pollard está na mesa de negociações, embora nenhuma decisão tenha sido tomada até o momento.
Segundo uma proposta de acordo, o espião pode ser libertado antes da Páscoa judaica, em meados de abril, para facilitar novas libertações de palestinos detidos em Israel e a prolongação das negociações entre israelenses e palestinos.
O Departamento de Estado e a Casa Branca se limitaram até agora a repetir que Pollard “foi declarado culpado de espionagem e cumpre sua pena”. Segundo a administração penitenciária americana, o réu pode pedir liberdade condicional a partir de novembro de 2015.
Pollard, condenado em 1987 à prisão perpétua por espionagem a favor de Israel, se converteu em um ícone para a direita nacionalista, no poder no Estado hebreu, e uma parcela considerável da sociedade israelense apoia sua causa.
Grande parte da opinião pública considera incompreensível a obstinação dos Estados Unidos, o principal aliado de Israel, em conceder a Pollard uma anistia ou uma redução de pena.
Pollard, um ex-especialista da marinha americana que atualmente tem 59 anos, transmitiu a Israel milhares de documentos secretos sobre as atividades de inteligência americanas no mundo árabe.
A embaixada de Israel em Washington rejeitou seu pedido de asilo político e negou-se a acolhê-lo, pouco antes de sua prisão em 1985: mas dez anos depois o governo concedeu a ele a nacionalidade israelense e em 1998 o reconheceu oficialmente como um agente israelense.
Em 1998 já havia se falado de uma libertação de Pollard em troca da liberação de prisioneiros palestinos. Mas o acordo entre Benjamin Netanyahu, que cumpria na época seu primeiro mandato como chefe de governo, e o líder palestino Yasser Arafat, não se concretizou.
Este caso provoca tensões há 20 anos na relações entre israelenses e americanos.
A prisão de Jonathan Pollard desencadeou uma crise que apenas se resolveu com a promessa dos israelenses de colocar fim a todas as suas atividades de espionagem no território americano.
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