O avanço do crime organizado sobre o setor de combustíveis, desnudado pela Operação Carbono Oculto, começa a lançar sombras sobre o Porto de Santos. O Instituto Combustível Legal avalia que a licitação da área STS08 do terminal, estratégica para a armazenagem de granéis líquidos, abre um flanco perigoso caso mantenha critérios frouxos de habilitação.

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O temor é que fundos recém-criados ou empresas sem experiência possam assumir ativos de alto valor logístico e, na prática, oferecer ao crime organizado mais uma porta de entrada para operações de lavagem e controle de fluxos.

A entidade levou suas preocupações a órgãos de controle, como o Tribunal de Contas da União e a Agência Nacional de Transportes Aquaviários. Emerson Kapaz, presidente do instituto, explicou à coluna a gravidade da situação:

“Fazemos esse alerta há meses, porque sentíamos que o volume do crime organizado no setor não era só do posto ao posto, mas também na área de logística. É um flanco aberto que não tinha sido identificado ainda”.

Carlo Faccio, diretor executivo do instituto, apontou que é preciso maior controle sobre o histórico das empresas licitantes.

“Uma das coisas que acendeu o alerta foi a entrada de alguns agentes não tradicionais, com oportunidade de arrematar alguns leilões sem os devidos critérios e observâncias necessárias por um agente tradicional. Hoje temos exigências muito aquém do necessário”, disse.

Leia mais na coluna Guilherme Amado no PlatôBR.