17/05/2013 - 21:00
Contrariando a onda de notícias negativas que arranhava os negócios do petróleo no Brasil, dois grandes feitos foram registrados na semana passada e dão conta do potencial do setor por aqui. A captação recorde de mais de US$ 11 bilhões pela Petrobras no Exterior foi a maior e mais bem-sucedida emissão jamais feita por uma empresa de mercado emergente. E por si só demonstrou o interesse que investidores depositam na capacidade de extração de petróleo na generosa camada do pré-sal recém-descoberta.
Com os recursos arrecadados, a estatal ganhou fôlego e caixa extra para viabilizar seus planos de crescimento e, de quebra, retomar a capacidade de produção nos níveis que garantem autossuficiência no atendimento ao consumo interno de combustíveis. Todas as expectativas foram superadas no lançamento dos bônus da companhia. Da mesma maneira, o leilão de áreas de petróleo, com a retomada das licitações, registrou um recorde. Foram R$ 2,8 bilhões em bônus de concessão a partir dos 289 blocos ofertados. Mais que a cifra, há de se destacar a diversidade de players interessados em participar da empreitada – 12 grupos nacionais e 18 estrangeiros no total. As duas movimentações representam uma significativa melhora no humor do mercado, que vinha sistematicamente fazendo apostas contrárias, derrubando os papéis da Petrobras e praticamente abandonando os contratos de risco no País.
Havia cinco anos que uma oferta como essa não era realizada e a demora, decerto, prejudicou o entusiasmo de empreendedores privados com as perspectivas internas da atividade. No leilão, é interessante notar a maciça participação de capitais nacionais, liderados pela própria Petrobras e pelos grupos privados OGX e Petra, que arrebataram a maioria dos blocos. O presidente da OGX, Eike Batista, vinha também de reveses seguidos e perda de credibilidade e parceiros nos seus negócios. O fôlego com o qual mergulhou na operação pode ajudar na melhora de sua imagem. De uma maneira ou de outra, as tacadas colocam o Brasil como o futuro eldorado da indústria petrolífera, o novo “país das arábias” no ramo. Algo que, com certeza, trará dividendos em escala para variados segmentos.