Cálculos preliminares da Roscosmos, a agência espacial russa, mostraram que um pedaço de lixo espacial, remanescente de um satélite meteorológico chinês, iria passar a cerca de 600 metros da Estação Espacial Internacional (ISS na sigla em inglês). Os responsáveis pelo projeto consideram esta distância como perigosamente curta e acionaram uma manobra de evasão de emergência, recolocando a Estação mais longe da possível área de colisão.

“A probabilidade de impacto e risco para a Estação são muito baixos (…). A manobra está predefinida e não necessita de qualquer ação especial por parte da tripulação”, explicou um porta-voz da NASA.

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Apesar de imprevista, a manobra não vai implicar qualquer alteração nos planos de lançamento da missão da SpaceX Crew-3 que leva três astronautas da NASA e um da ESA para bordo da ISS. Esse lançamento aconteceu na noite da última quarta-feira, 10.

O destroço do satélite meteorológico espacial chinês Fengyun-1C está em órbita já desde 2007 e foi originado na sequência de um teste de míssil anti-satélite que o regime de Pequim orquestrou na época. O disparo foi bem-sucedido, destruindo intencionalmente o satélite, mas provocando este lixo espacial que acabou por ficar à deriva. Especialistas criticaram o teste, acusando a China de estar a militarizar o Espaço e por deliberadamente causar uma nuvem perigosa de lixo espacial.

A manobra de evasão prevê a utilização dos motores do Progress MS-18 da Rússia e mover a ISS a um ritmo de 0,7 metros por segundo durante seis minutos, colocando a Estação a mais 1240 metros de altitude, num total de 421 quilômetros acima da Terra. Nos últimos 22 anos, a ISS já realizou 29 manobras de evasão semelhantes a esta.