Na quarta-feira (14), o Fomc – o equivalente americano ao brasileiro Copom – decidiu dar um alívio nas altas de juros e interrompeu um ciclo de 11 altas consecutivas. Ainda assim, a entidade tratou a decisão não como quebra na curva ascendente, e sim como mero adiamento de pelo menos mais um par de movimentos de elevação de 0,25 ponto porcentual cada nas próximas reuniões até o final do ano – o calendário do Fomc prevê quatro outros encontros, em julho, setembro, na virada de outubro para novembro e dezembro.

“Aumentamos nossa taxa básica de juros em 5 pontos percentuais, cobrimos muito terreno e os efeitos totais de nosso aperto ainda não foram sentidos”, disse o presidente do Fed, Jerome Powell. O BC americano trava uma batalha inflacionária que começa a mostrar alguns sinais promissores, mas ainda não consistentes.

A decisão do Fomc foi ao encontro do que esperavam os mercados – as autoridades usaram o termo “pausa”, o que implica ainda um bom espaço de tempo para que as taxas recuem.

A expectativa é que o ano encerre com índices de 5,6%. O Bank of America disse em nota que espera que movimentos de alta do Fed ocorram já nas duas próximas reuniões, em julho e setembro.

A decisão do Fomc se deu por unanimidade, como tem sido praxe nas reuniões do brasileiro Copom. O comitê americano também elevou as previsões das taxas para 4,6% (em 2024) e 3,4% (em 2025), superior às previsões de 4,3% (2024) e 3,1% (2025) feitas em março. Sobre a inflação, a expectativa é fechar o ano perto de 3,2%.

O Fed começou a aumentar as taxas em março de 2022, cerca de um ano depois que a inflação começou a subir para seu nível mais alto em quatro décadas.

MULTA
Bolsonaro tem R$ 514 mil bloqueados

Sabe o lúmpen ex-presidente? Então, tem acumulado R$ 1,062 milhão na dívida ativa do estado de São Paulo por diversas multas relacionadas ao não uso de máscara durante a pandemia de Covid-19. Multas não quitadas, vale frisar. Por isso a Justiça paulista pediu o bloqueio de R$ 514 mil das contas de Jair Bolsonaro. Foram sete ocorrências entre agosto de 2021 e junho de 2022. O juiz André Rodrigues Menk autorizou o bloqueio de R$ 425,8 mil. A juíza Ana Maria Brugin, de outros R$ 88,9 mil. Os bens de Bolsonaro poderão ser penhorados caso ele não efetue o pagamento. As joias recebidas do mundo árabe não fazem parte desses ativos. Há mais R$ 113 mil cobrados de Eduardo Bolsonaro. Até aqui, mais de 703 mil brasileiros foram vítimas fatais da Covid-19.

7%
Porcentual de brasileiros (e holandeses) que se declaram bissexuais. É o maior índice entre 30 países segundo pesquisa do Statista

EUA
BUD LIGHT perde mercado para o conservadorismo

Para aqueles que apostam num mundo em constante evolução, fica o recado: calma, não é bem assim. Segundo reportagem da CNBC, a Bud Light perdeu o posto de liderança no ranking de cervejas dos Estados Unidos para a Modelo, cervejaria de origem mexicana. O motivo da queda? Uma retrógrada reação de conservadores depois que o influencer transgênero Dylan Mulvaney encabeçou uma ação publicitária da Bud.

A Modelo ficou com share de 8,4% nas quatro semanas encerradas em 3 de junho, segundo dados da NielsenIQ da consultoria Bump Williams, e a Bud ficou em segundo lugar, com 7,3%. A queda nominal, no entanto, foi brutal – as vendas da Bud Light desabaram 24,6% no período ano a ano, enquanto as da Modelo cresceram 10,2%.

Os prejuízos não se limitaram às unidades comercializadas: as ações da Anheuser-Busch recuaram quase 15% desde o início de abril, quando Mulvaney postou um vídeo de uma lata de Bud Light personalizada. Em meio ao barulho, a empresa tomou a pior das decisões: a indecisão.

Nem pareceu defender sua ação com Mulvaney nem tentou apaziguar os conservadores que se opunham ao marketing, irritando os dois lados. “Nunca pretendemos fazer parte de uma discussão que divide as pessoas. Nosso negócio é reunir as pessoas para tomar uma cerveja”, disse o CEO da Anheuser-Busch, Brendan Whitworth, em abril. Parece que a estratégia não desceu bem.

“Quanto mais sem dinheiro nossa sociedade se torna, mais nossa bússola moral falha.”
Dan Ariely (1967), economista comportamental americano e autor do best seller ‘Previsivelmente Irracional’


ARGENTINA

Preços não param de seguir rumo ao espaço

(Divulgação)

Tá achando que o BC brasileiro tem uma encrenca para trazer a inflação aos 3,25%? Imagine na Argentina, em que os preços em maio fecharam com alta média de 7,8%, elevando a inflação em 12 meses para 114,2%. Se é que dá para encontrar vilões numa situação dessas – cujas causas estão num descontrole fiscal indefectível –, sete de 11 segmentos tiveram reajustes acima da média. Os três que puxaram o índice foram moradia/água/energia/combustível (+11,9%), seguidos por restaurantes/hotéis (+9,3%) e saúde (+9,0%). A taxa de desocupação no país segue abaixo da brasileira, com 6,3%. Os preços subiram menos do que em abril (+8,4%), mas acima de todos os meses, inclusive sobre maio de 2022 (+5,1%).

Selic Inabalável

Na quarta-feira (21), o Copom informará sobre a taxa Selic. A expectativa do mercado é de que haja sinal de redução – mas a queda dos juros ficaria efetivamente para daqui duas rodadas ainda, na reunião de setembro.

O Relatório Focus do BC, divulgado segunda-feira (12), mostra que os especialistas já trabalham com expectativa de nova queda do IPCA (é a quarta projeção de redução, que saiu de 6,03% para os atuais 5,42%) e novo aumento do PIB (quinta elevação seguida, o indicador saiu de 1,02% para 1,84%). Sobre a Selic, no entanto… Há oito semanas as expectativas são de que termine o ano em 12,50%, retração de 1,25 ponto porcentual em relação à atual.