Logo após a sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) desta sexta-feira, 1, que inaugurou a retomada dos trabalhos do Judiciário no semestre, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que os discursos dos ministros “aumentaram sua moral”. Os magistrados discursaram em defesa do ministro Alexandre de Moraes, alvo de sanções do governo norte-americano através da Lei Magnitsky.

Em entrevista à revista Timeline, o Eduardo disse ter sido “muito homenageado” na sessão, ironizando as críticas dos ministros feitas à sua atuação nos Estados Unidos para tentar frear o julgamento da ação penal sobre tentativa de golpe de Estado, que pode condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a até 43 anos de prisão.

Na entrevista, Eduardo Bolsonaro também menciona que o STF “pode fazer maldades” com o pai dele, e questiona o Supremo sobre a possibilidade de Jair Bolsonaro ser preso.

“E aí STF, o que vai acontecer? Vocês vão jogar meu pai em um calabouço imundo torcendo pela morte dele? Ou talvez até encomendando a morte dele?”, diz o parlamentar. “Eu não sou um moleque que está ameaçando”, completa.

Em seu discurso nessa sexta, Alexandre de Moraes não citou diretamente o nome de Eduardo ou do comunicador Paulo Figueiredo, que têm ostentado nas redes sociais o lobby por sanções ao Brasil, mas se referiu a “pseudopatriotas” que atuam contra o Brasil.

O ministro que é o principal alvo dos Estados Unidos, chamou de “covarde e traiçoeira” a “organização miliciana” que tem atuado para impor sanções norte-americanas ao País e a autoridades brasileiras para tentar obstruir a Justiça no julgamento de Bolsonaro.

Na sessão, o ministro Gilmar Mendes afirmou que a Corte “não se dobra a intimidações” e afirmou que a atuação de Eduardo Bolsonaro nos EUA é um “ato covarde” e “lesa-pátria”. Ele alertou que haverá uma “resposta à altura do Estado brasileiro”.

O presidente do Supremo, ministro Luís Roberto Barroso, fez um forte discurso em apoio a Moraes. O magistrado defendeu as decisões tomadas por seu colega, relator da ação penal do golpe, que pode levar o ex-presidente Jair Bolsonaro à condenação por atentado à democracia.

O chefe do Poder Judiciário brasileiro também enviou uma mensagem clara ao governo do presidente Donald Trump: “Todos os réus serão julgados com base nas provas produzidas, sem qualquer interferência, venha de onde vier”.