Carlos Slim, Bill Gates, Warren Buffett e Lakshmi Mittal são figurinhas carimbadas no mundo dos negócios. Espécie de pop stars corporativos, sempre encabeçam as listas dos homens mais ricos do planeta. Slim tem US$ 62,3 bilhões, Gates é dono de US$ 62,2 bilhões, Buffett possui US$ 55,9 bilhões e Mittal aparece com US$ 50,9 bilhões. E Mukesh Ambani, sabe quem é? Pois esse ilustre desconhecido, dono da Reliance Industries, conglomerado indiano com negócios nas áreas têxtil, petrolífera, petroquímica e varejista, está sendo considerado o mais rico do mundo, com uma fortuna de US$ 63,2 bilhões. A quantia foi calculada pelo jornal indiano Economic Times com base no valor das ações das empresas de Ambani na Bolsa de Valores – uma equação complicada que depende da oscilação dos papéis. O dado, porém, revela mais do que a conquista do topo de uma curiosa lista. Ele mostra como o capitalismo em tempos de globalização tornouse mais democrático.

Recentemente, o site americano Askmen fez um levantamento das maiores fortunas de todos os tempos com base na inflação, no crescimento do PIB e em flutuações monetárias. O resultado mostrou que, dos dez maiores bilionários do mundo, oito formaram suas fortunas nos Estados Unidos. Agora, os tempos são outros. Entre os cinco mais ricos do mundo encontram-se os indianos Ambani e Mittal, o mexicano Slim e os americanos Gates e Buffett. A fortuna de Mukesh Ambani começou a ser moldada por seu pai, Dhirubhai H Ambani (1932-2002), que, de uma pequena fábrica têxtil, ergueu um conglomerado industrial que fatura US$ 27 bilhões por ano. O grande salto do grupo, entretanto, começou em 2002. Na época, o seu valor de mercado era de US$ 8,6 bilhões. No dia 5 de setembro deste ano, um dia antes de a empresa divulgar seu balanço anual, a companhia valia US$ 97,26 bilhões.

O rápido crescimento da corporação é, em parte, explicado pelas aquisições de concorrentes e pelo intenso capital investido em novos negócios e em plantas industriais. O grupo, por exemplo, entrou no segmento de varejo, em 2006, depois de investir US$ 750 milhões na abertura de supermercados e lojas de conveniência. Também ostenta recordes como maior produtor mundial de poliéster e dono da terceira maior refinaria de petróleo do mundo, com 29,9 milhões de metros quadrados, na cidade indiana de Jamnagar. Em 2012, promete Ambani, ela será a maior do mundo. Se acompanhar os índices de crescimento do grupo, é certo que isso acontecerá. Há quatro anos no ranking das 500 maiores empresas da Fortune, a Reliance ocupou a 269ª posição, em 2007, um salto de 73 lugares em relação a 2006.

Ambani, de 50 anos, sabe gastar na mesma velocidade com que ganha. O magnata está construindo um prédio de 27 andares, em Mumbai, para abrigar toda a sua família. Estimase que os gastos com a obra serão de US$ 1 bilhão. Recentemente, ele deu de presente de aniversário para sua esposa, Nita, um avião Airbus A319 com business center, televisão via satélite, suíte, sistema de entretenimento e acesso a internet. Preço: US$ 59 milhões. Cada passo de Ambani é seguido pela imprensa indiana da mesma forma que a mídia inglesa cobre a vida da família real britânica. Agora, os holofotes estão sobre Ambani e ele os quer bem longe. Por isso, por meio de um porta-voz, negou a informação de que seja o homem mais rico do mundo e fez questão de afirmar que os cálculos estavam errados. A quantia certa, disseram os assessores de Ambani, é US$ 50 bilhões. O veredicto sobre a real fortuna do indiano sairá apenas em 2008, quando a Fortune divulgar a nova lista. De qualquer forma, o que ele alega ter não é nada mal.