07/12/2005 - 8:00
O executivo suíço Martin Liechti está comemorando o acerto de uma aposta feita há pouco mais de um ano. Na condição de diretor de Gestão de Fortunas do UBS para as Américas, ele elegeu o Brasil como cabeça-de-ponte para a expansão da área private do banco na América Latina. Talvez nem o próprio Liechti esperasse pelo tamanho do prêmio. A carteira de ativos da UBS Wealth Management dobrou, o número de consultores financeiros triplicou e a operação acumulou patrimônio de US$ 30 milhões. ?Agora, estamos prontos para aumentar nossa participação no Brasil?, disse Liechti à DINHEIRO, durante visita ao escritório paulista do banco. ?Vamos começar a disputa direta com os bancos nacionais.?
No mundo, essa divisão do banco suíço administra US$ 1,1 trilhão em ativos, o que lhe garante a quarta posição no ranking global. Para tornar a operação brasileira um pouco mais compatível com o gigantismo do UBS no exterior, Lietchti vai injetar
US$ 90 milhões no seu caixa em 2006. Capitalizado, o banco deverá ter mais fôlego para suportar a acirrada disputa pelos clientes com mais de R$ 1 milhão disponíveis para investir. Atualmente, o banco distribui apenas aplicações geridas por terceiros. Um dos projetos de Lietchti é atuar diretamente no mercado de renda fixa. Com os investimentos, a meta é crescer 20% já em 2006.
A idéia do diretor do UBS é repetir na América Latina o modelo de negócio implantado na década de 90 na Europa ? usando o Brasil como base. Lá, as plataformas de investimento foram se espalhando da Itália para França, Espanha, Inglaterra e Alemanha. Atualmente, o banco tem presença em 80% do mercado de alta renda europeu. ?Aqui, a nossa marca ainda é desconhecida?, reconhece. Para divulgá-la, o executivo tem vindo com freqüência ao País, onde cumpre extensas agendas de visitas a potenciais clientes. Detalhe: o suíço, fluente em seis idiomas, expressa-se em bom português. Sua meta é consolidar a marca no Brasil e, em seguida, partir para o México. Seu trunfo para conquistar a América Latina é a estrutura global, que inclui dois mil analistas financeiros espalhados pelos principais mercados. ?É um diferencial importante para uma clientela que normalmente tem investimentos no exterior?, observa Carlos Coradi, presidente da Engenheiros Financeiros e Consultores. ?Só que outros gigantes, como JP Morgan ou Citibank, já estão por aqui há anos e são igualmente globais.?
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US$ 90 milhões é o valor que a matriz suíça do banco UBS vai investir na operação brasileira de gestão de fortunas ao longo do ano que vem |