13/02/2002 - 8:00
Todo mundo andava se perguntando o que Marcos Moraes, filho de Olacyr de Moraes, o Rei da Soja, iria fazer com a bolada que ganhou em 1999, quando vendeu seu Zip.Net para a Portugal Telecom. Na operação, Marquinhos, como é conhecido, multiplicou seu patrimônio em 45 vezes. Terminou o ano com exatos US$ 302 milhões para gastar. A resposta só veio agora: Marquinhos quer investir em moda. Comprou, na surdina, uma participação na Language ? uma loja multimarcas nova-iorquina, criada por estilistas brasileiros e que se tornou referência entre famosos como a atriz Gwyneth Patrow, o músico David Bowie e a modelo Naomi Campbell. E não é tudo: este ano, o empresário lança outra grife masculina no Brasil. A marca, que ainda não tem nome definido, será tocado por Marcelo Loureiro e terá a estilista Lúcia Freire, ex-Zoomp, como designer. A idéia é mergulhar no setor de roupas luxuosas, porém acessíveis. Uma espécie de LVMH (dona de marcas como Louis Vuitton e Kenzo) mais jovem. Quanto vai investir nessa sua mais nova paixão? Marquinhos desconversa: ?Não tenho nenhum valor fixo. Investi bastante e terei retorno significativo em algum tempo?, garante o executivo.
Os primeiros resultados do investimento de Marquinhos na Language podem ser sentidos. Desde que colocou dinheiro na mão dos amigos, o casal brasileiro Lipe Medeiros e Ana Abdul, a Language deixou de ser apenas uma loja moderna em Nolita, Nova York, para ganhar o mundo. Virou uma grife que, a partir de agora, será vendida em 24 lojas espalhadas pelo planeta. ?Nossa primeira coleção estará em butiques nos Estados Unidos, Japão e Europa?, conta Medeiros. A corrida pelos produtos foi tão intensa que a dupla teve que cancelar os pedidos dos magazines Bergdorf Goodman e Saks, em Nova York.A previsão é de que a loja ? um espaço que combina arte, móveis, livros, objetos de design, antiguidades e até moda ? fature US$ 4,5 milhões este ano. ?Em 2003, vamos dobrar esse valor?, garante.
?A Language pode chegar como loja ou apenas como marca?, diz Marquinhos. Esta será apenas a primeira incursão do filho de Olacyr nas passarelas. ?Estou estudando outras possibilidades no mundo da moda?, diz, sem detalhar projetos. Além de moda, a holding de Marquinhos, a B-4, também tem participação na companhia de comunicação Trip, no Banco 1 e na empresa de tecnologia Bay. Marquinhos quer provar que tem tino para negócio. Seja ele de internet, banco ou moda. ?Pode ser ventilador ou luminária. O que me interessa é construir uma marca do nada. Disso eu entendo.?