BRASÍLIA (Reuters) – O estoque total de crédito no Brasil subiu 0,8% em fevereiro sobre janeiro, a 4,711 trilhões de reais, impulsionado por um aumento de 6,7% nas concessões de empréstimo no mês, informou o Banco Central nesta quinta-feira, mesmo diante de um cenário de alta de juros.

De acordo com os dados da autarquia, a taxa média de juros cobrada pelos bancos manteve o ritmo de alta, acompanhando as elevações da Selic pelo BC, e subiu 0,4 ponto percentual em fevereiro, a 25,7% ao ano –em fevereiro de 2021, estava em 19,8%.

Quando considerado apenas o crédito livre, em que as taxas são pactuadas livremente entre bancos e tomadores, os juros subiram 1,2 ponto, para 36,5%. Nos recursos direcionados, que atendem a parâmetros estabelecidos pelo governo, houve recuo de 0,5 ponto, a 9,1%.

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Também houve alta no spread, a diferença entre o custo de captação de recursos pelos bancos e o valor cobrado na liberação dos financiamentos. A alta foi de 0,6 na média total (a 16,8 pontos percentuais), 0,9 em recursos livres (25,5 pontos) e 0,3 nos direcionados (3,5 pontos).

O estoque total do mês corresponde a 53,3% do Produto Interno Bruto (PIB), mesmo patamar observado em janeiro.

No mês, a inadimplência no segmento de recursos livres ficou estável em 3,3%, na comparação com o mês anterior. Esse indicador está 0,4 ponto percentual acima do patamar observado 12 meses antes.

A nota foi apresentada pela autoridade monetária com aproximadamente um mês de atraso. A divulgação de indicadores pelo BC tem sido comprometida pela mobilização de servidores que pressionam o governo por reajustes salariais.

 

(Por Bernardo Caram)

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