Há quem diga que elas são apenas estacionamentos de luxo. Mas basta dar uma espiada para ver que são muito mais do que isso. Tratam-se dos pontos de encontro de boa parte do PIB nacional. Ali estão embarcações avaliadas em US$ 1 milhão, US$ 5 milhões ou US$ 10 milhões. São gigantescos iates com salas e quartos que singram a costa brasileira em grande estilo. Pouco tempo atrás, essas máquinas dos mares ficavam ancoradas em simples marinas. Mas, nos últimos cinco anos, uma onda tomou conta do mercado náutico brasileiro. Com investimentos milionários, grandes grupos empresariais ergueram complexos que se assemelham a pequenas cidades. Os novos portos têm hotéis, shopping center, lojas, restaurantes e estaleiros. Entre eles estão
a Bahia Marina, em Salvador, a Pitara?s e a Verolme, ambas em
Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, e a Porto Marina Astúrias, no Guarujá, em São Paulo. Apenas para estacionar nelas, um barco
de 50 pés paga em média R$ 150 reais por dia ? os serviços disponíveis são cobrados à parte.

Ancoradas pelo crescimento do mercado náutico brasileiro, se tornaram referência no setor. Reúnem qualidades únicas como estarem localizadas em regiões que esbanjam belezas naturais e têm uma infra-estrutura de ponta. Se equiparam às melhores do mundo. A Bahia Marina, por exemplo, foi construída em 1999, com investimentos de R$ 23 milhões. ?Vamos aplicar mais R$ 35 milhões em novos projetos?, diz Reynaldo Loureiro, diretor da Bahia Marina, eleita a melhor do País pela revista Náutica. Além dos serviços básicos como oferecer eletricidade, oficinas mecânicas, hidráulicas, estação de rádio e outros aparatos, a Bahia Marina tem funcionários bilíngües e um centro com lojas dos principais estaleiros do Brasil. O Soho, restaurante japonês mais chique de Salvador, também está dentro do complexo.

As marinas tornaram-se lugares para ver e serem vistos. A Pirata?s, em Angra, é uma das mais badaladas: tem hotel com 65 apartamentos, sala vip e um shopping com 90 lojas e 15 bares. ?No verão, ela é o point de Angra?, diz Ronaldo Basílio, diretor da companhia americana Westrec que opera a marina Pirata?s. Ela também é conhecida por ser uma das pioneiras em usar empilhadeiras para guardar os barcos em galpões. Bem próxima dali, está a marina Verolme. Com apenas um ano de operação, quase nova em folha, ela é considerada uma das maiores da América Latina, ocupando uma área de 105 mil m2. A vantagem da Verolme é ter o único travel lift, peça que retira o barco da água, com capacidade para suportar 70 toneladas. ?Ele carrega uma embarcação de 100 pés?, diz Aladim Barbosa Ribeiro, superintendente da Verolme, entusiasmado com a mágica do equipamento. Mas quando o assunto é lazer e paisagismo, poucas ganham da Porto Marina Astúrias, no Guarujá, em São Paulo. Ela tem um clube com piscinas, quadras de tênis, campos de futebol e heliponto. ?Contamos com oito galpões de 1,8 mil m2 para guardar os barcos em área seca?, diz Jurimar Ricci, diretor da Porto Marina Astúrias.